AVENTURA NO 478-P POMPÉIA
Eu sou um poeta.
Também compositor, porém, primeiro poeta;
Mas nestas linhas vou por um pouco de prosa.
Vou contar de quando fui à Vergueiro,
Ali em frente à estação Ana Rosa,
Tomar o ônibus 478-P Pompéia.
Não demorava e era o meu preferido.
Mas vamos lá, ou melhor, venham comigo!
Ele chega, tão limpo que é um brio.
Entro e sento (está quase vazio)
No último assento, que é alto e macio.
Fico atento a quem entra e quem sai;
Lá fora, em quem passa, na zorra e fumaça;
Quem fica, quem pica, quem vem, diz amém e já vai.
O sol vai sumindo e eu acho tão lindo rodar por ali!!
Mas só de passagem.
Prossegue a viagem, e eu olho o céu.
Também olho a moça que entra
(A mini saia magenta é bonita).
Ela me fita, sedenta, e senta ao meu lado.
(Que coisa esquisita!?!)
Não sou horroroso!
Porém, também não sou nenhum Fábio Jr.,
Do tipo pintoso, que gera suspiros e causa desmaios;
E quase caio do banco, quando ela belisca meu flanco
E diz que quer fazer bobagem comigo.
Amigo! Eu dei o fora!
Saí, ventando, na hora.
Admito que tremi e fiquei pensando:
Seria ela, mesmo, uma gata?
Com intrigante gogó e enorme pata?
A esmola era demais pra um só santo.
Causou-me espanto.