A Menina e o Pônei de Araque

Ana, uma garotinha de dez anos era alegre e feliz, vivia em uma cidadezinha de Alagoas, quando um dia cismou em querer um presente um tanto quanto inusitado, pediu ao seu pai, um homem do campo, um pônei, e para isso usou toda a sua meiguice infantil na tentativa de convencer Seu Petrúcio, falando bem macio:- Pai sabe o que é, estou morrendo de vontade de ter um pônei, sabe pai, aquele cavalinho pequeno, sonhei até cavalgando nele, o senhor me deixaria muito feliz se comprasse um para mim.

Seu Petrúcio coçou a cabeça e pensou: “Onde peste eu vou arrumar um bicho desses por essas bandas”, mas esperto que só ele, rapidinho arrumou uma saída, no dia de feira da cidade, se apressou para ir logo e comprar um jegue, mas sem antes prometer a filha que voltaria com seu pônei, Ana ficou numa ansiedade só, a todo o momento ia para frente da casa vê se o pai já estava voltando com seu lindo cavalinho de crina comprida e pelo muito macio. Quando de repente, avistou seu pai, puxando um animalzinho, não se conteve e saiu correndo toda feliz ao encontro do pai que vendo a alegria da menina pensou: Pronto assunto resolvido, ela nem vai notar que é um jumento, e de forma empolgada falou: Oia aí minha fia o seu pônei como é lindo! A menina com um misto de desconfiança e decepção respondeu: oxi pai, que bexiga de pônei e esse das oreionas e tão diferente, não tem nada a ver com o cavalinho que eu queria, o sinhô pensa que me engana é? O pai sentindo que foi desmascarado resolveu apelar para o bom senso da criança: É sim minha fia, esse é o pônei nordestino do sertão, tú vai ver como ele é bonzinho e obediente, tú vai ser invejada por todas as crianças daqui das redondezas.

E a pequena Ana, mesmo sabendo que o presente não era exatamente o que ela sonhava, aceitou e ainda deu um beijo e um abraço em seu quase esperto pai, e tratou de montar logo no bichinho para se divertir e fazer inveja a criançada vizinha, depois de dois dias, cansada de muito coices e quedas a menina disse ao pai: - Não quero mais não esse troço, além de feinho, magrinho, ele é brabo que só a moléstia, Deus me livre!

Tânia Suely Lopes
Enviado por Tânia Suely Lopes em 02/11/2014
Reeditado em 07/11/2014
Código do texto: T5020318
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