O VELÓRIO DA AVÓ DO CHEFE (verídico)

O VELÓRIO DA AVÓ DO CHEFE

Gente, o Aristeu sempre foi um grande camarada, pois não tinha tempo ruim com ele, foi casado e teve uma filha e depois uma neta, e, morreu aos 51 anos, fez de tudo na vida, foi pedreiro, calheiro, tirador de xerox, pescador, jogador de futebol, vendedor de cigarro, cozinheiro e nos últimos anos de sua vida, vivia vendendo muamba do paraguay, mas, na minha opinião, viveu 100 anos em 50, aproveitou muito, e só morreu, por que tinha somente um rim. Mas falando de outra coisa, depois que o Aristeu já tinha um ano de empresa, aquela dos medicamentos da história da ''menina izildinha'', ele tornou-se confidente e amigo do chefe, pois como eu falei, sempe foi um grande camarada, mas também um grande distraído. Um belo dia, o chefe dele Sr. Thomaz de Aquino, viajou para o Manaus e deixou o Aristeu responsável pela administração das vendas durante o periodo de sua ausência. Perfeito, segunda-feira, terno e gravata e lá estava o Aristeu todo engomado, sentado na cadeira do chefe e coordenando a equipe de vendas, quando na terça feira, ligaram da casa do SR. Thomaz de Aquino, para avisar que a avó dele havia falecido em Monte Alto-SP. Mais do que depressa, nosso amigo Aristeu, liga para o chefe e dá a notícia, porém, o chefe abalado e perdido, pediu ao confidente e amigo que tomasse as providências devidas para o velório e o enterro. Mais do que depressa, Aristeu fez algumas ligações e acertou com uma funerária de Monte Alto o velório e o enterro, e remeteu o pagamento para a conta da Funerária. Depois disto, pegou um carro da empresa e partiu para Monte Alto, á fim de se solidarizar com a família e aguardar a chegada do Sr. Thomas de Aquino, o que iria ocorrer á noite, pois Manaus é longe. Chegando em Monte Alto, Aristeu passou pela funerária, pagou uma coroa de flores com o nome dos funcionários da empresa e foi para o velório. Quando lá chegou, deparou-se com uma quantidade enorme de gente e ficou surpreso, pois não imaginou que a avó do Sr. Thomaz fosse tão popular e diante disto, cumprimentou todas aquelas pessoas estranhas e copiosamente, chorou diante do caixão, passando inclusive a madrugada com os poucos amigos que ficaram, mas, seu compromisso em aguardar o Sr. Thomaz era o principal motivo que o manteve alí. A madrugada se foi e ao raiar do dia, chega o Padre, o velório lota e nada do Sr. Thomaz, e lá ficou firme o nosso amigo. De repente o Padre começa a rezar e encomendar a alma da falecida, e mais um pouco, aparece a funerária que imediatamente fecha o caixão e inicia o processo de sepultamento. Do velório até o cemitério, Aristeu ajudou a carregar o caixão e ficou inerte até o momento final do sepultamento, depois despediu-se de todos e partiu de volta para Ribeirão Preto. Como já era tarde, foi-se embora para casa e no dia seguinte ao chegar na empresa, deu de cara com o chefe, que chateado agradeceu a ele por ter dado todo apoio que precisou quando esteve fora. O Aristeu agradeceu e disse ao chefe que ele devia estar muito chateado, pois não havia dado tempo de chegar para o sepultamento. Ao mesmo tempo, o Sr. Thomaz de Aquino, pergunta ao Aristeu, porque ele não foi ao velório e vai conversa daqui, conversa dali, e se chegou ao resultado final, o Aristeu errou de cidade, ao invés de ir para Monte Alto, ele foi para Monte Azul Paulista........Chorou copiosamente e ajudou a levar o caixão da avó errada...

Geraldo Cossalter
Enviado por Geraldo Cossalter em 26/05/2012
Reeditado em 23/08/2012
Código do texto: T3688466
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