CASAL NU PROTAGONIZA CENAS DE SEXO E É PRESO NO DIA DOS NAMORADOS

Jussara e Leonardo namoravam há quase cinco anos. Ela já estava se sentindo meio encalhada e desconfiando que Leonardo a estava enrolando.

O namoro começou quente. Dos beijinhos roubados aos amassos mais atrevidos houve um interregno de poucos dias.

Na varanda, na penumbra do final de tarde e início de noite mãos atrevidas descobriam novos caminhos provocando suspiros de amor e pequenos gemidos de prazer.

Passados alguns poucos meses o desejo foi se tornando tão forte que não teve jeito; entregaram-se às tentações da carne. O automóvel de Leonardo não falava, para sorte deles, mas era a testemunha muda de cenas tórridas de amor. Descobriram posições diferentes. Nunca imaginaram que o banco de trás do automóvel fosse tão ergométrico para fazer amor.

Tudo ia muito bem até que...

Era dia dos namorados e eles resolveram parar num lugar escuro para comemorar. Não imaginaram a aventura que iriam viver.

Leonardo sonhava acordado que estava no paraíso sobre alvas nuvens acompanhado de um anjo sem asas quando ouviu uma batidinha no vidro do carro. – Santo Deus! É a polícia, gritou.

Jussara, embalada pelos prazeres do amor, julgou que Leonardo apenas estava querendo deixar a transa mais emocionante e só acreditou quando percebeu que Leonardo reduziu de tamanho. Ficou pequenino na hora.

Olhou pela janela e viu o sorriso maroto do policial.

- Opa! Amanhã vocês estarão famosos. Vão aparecer na primeira página da Tribuna.

Tribuna é um pasquim melequento aqui de Curitiba. Adora quando tem um escândalo para colocar na manchete asquerosa do dia.

Leonardo imaginou a manchete: CASAL NU PROTAGONIZA CENAS DE SEXO E É PRESO NO DIA DOS NAMORADOS. Nossa! Que vergonha!

Não é preciso ser muito criativo para saber que o casal se livrou facilmente do problema com algumas poucas notas de dez reais.

Leonardo gosta de aventuras, mas tudo tem limite. Não quis mais saber de transas no banco traseiro do carro. Alugou uma kitinete e chamou Jussara para vir morar com ele.

Esta vida é muito engraçada. Quando as coisas são difíceis são muito mais prazerosas. Com o passar do tempo a chama do desejo foi se tornando cada vez mais tênue. Passavam-se dias e Leonardo sempre chegava cansado e indisposto. Jussara ficou preocupada. Precisava fazer algo para reviver aqueles momentos do princípio do namoro quando Leonardo, como diz a canção, lhe açoitava com beijos cheio de paixão e desejo e suas mãos eram bem mais atrevidas.

Certa noite preparou uma surpresa para Leonardo; fez um jantar espetacular, comprou um champagne francês, perfumou todo o ambiente e decorou o leito com pétalas de rosas vermelhas. Vestiu um lingerie extremamente sexy, borrifou-se com o perfume preferido de Leonardo, colocou uma música romântica no som e desligou o celular.

Ansiosa, esperou por Leonardo. Ouviu quando a chave virou na fechadura. Seu coração bateu mais forte. O homem amado estava chegando. Tinha certeza de que havia feito tudo certo, que ele ficaria encantado com os preparativos e, principalmente com o lingerie de generoso decote.

Realmente, a surpresa foi muito agradável para Leonardo. Beijou-a, abraçou-a, ou melhor, amassou-a como nos tempos da varanda. Jussara se sentia realizada. Estava reconquistando seu amor.

Leonardo estirou-se na cama com as mãos cruzadas atrás da nuca e ficou assistindo extasiado o strip-tease que Jussara fazia.

Foi neste instante que Jussara virou-se de costas e ele percebeu que havia algo escrito na calcinha de Jussara. Apurou a vista e conseguiu ler: “Me possua”.

Não sei explicar a razão, mas Leonardo achou tanta graça na mensagem que disparou uma sonora e interminável gargalhada.

Jussara não se conteve; meteu-lhe um tapa na cara e se trancou no banheiro.

Até agora Leonardo não descobriu uma forma de suavizar a revolta de Jussara.

Creio que vai ter que criar uma surpresa muito maior para ela. Quem sabe um anel cravejado de brilhantes acompanhado de dúzias de rosas vermelhas.

Se não der resultado, não tem jeito. Só um pedido de casamento acompanhado de um amasso sensual. Como nos velhos tempos, aliás.

CLEOMAR GASPAR
Enviado por CLEOMAR GASPAR em 03/04/2012
Reeditado em 01/05/2012
Código do texto: T3592274
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