069 - O EXAME DA PRÓSTATA...

Joca Raimundo, homem nascido nas bibocas do sertão, criado entre vales e grotões, gente do mato, detestava cidades, gostava mesmo era do verde da pastaria, da passarada, em tudo se empenhava em proteger a natureza. Setenta e dois anos bem vividos, homem de força hercúlea, destemido, nem o rosnado da onça pintada ele temia, gostava mesmo era de amansar cavalo selvagem, mas o peso dos anos pesou e se mostrou, certo dia começou a sentir dificuldades em urinar, sua esposa Dona Jesulinda, não cansava de recomendar:

- Homem, vamos no douto, você nunca fez um exame!

– Pra que exame se nunca fiquei doente!

– Mas tudo tem seu dia, até doença tem seu dia!

Os dias passando e a dificuldade em urinar aumentando e a Dona Jesulinda atazanando para que fosse ao médico.

Por fim, a dor e os conselhos dos amigos falaram mais alto, lá foi o Joca Raimundo procurar um médico.

O médico recomendou alguns exames, entre eles o exame da próstata, que seria feita em uma cidade vizinha que conta com mais recursos médicos.

Seu Joca meu vizinho de cerca, pessoa muito agitada, mas extremamente leal, se afeiçoou em mim como se afeiçoa a um filho que eles nunca tiveram.

No final da semana fui ao campo, quando estava descarregando algumas coisinhas, lá vinha o vizinho acompanhado da esposa, andar faceiro, leve, olhava pro céu e pro chão, nunca pra linha do horizonte como era seu costume, estranhei!

Só quem mora no campo sabe que os vizinho são como os da família, adentrou, cumprimentou, se esticou na rede que sempre fica amarrada na varanda, suspirou fundo, mais vizinhos chegaram, suava, agoniado começou a falar, seu vozeirão ecoou pra todos os ouvidos:

- Meu filho, um homem não podia passar por tamanhos vexames.

– Caramba! O que aconteceu seu Joca!

– Fui até a cidade vizinha fazer aquele tar exame de próstata!

– Ah! Seu Joca esse exame é moleza!

– Moleza quando é no cu dos outros!

– Calma meu padrinho, não se pode usar esta palavra tão feia para designar tão importante parte do nosso corpo, a palavra certa é ânus!

– Ai meu Deus eu queria ter morrido, chegando ao hospital, me trancaram em um quarto e mandaram tirar a roupa, mas tirar tudinho, nem de cueca era pra ficar!

Eu estava peladão quando entrou duas mocinhas de branco, assanhadinhas e eu não sabia onde me esconder, me vestiram um camisolão e mandaram que deitasse na cama!

– Aiaiai! Aí é que começou o meu flagelo, a moça mandou que eu ficasse de quatro em cima da cama, e eu perguntei porque? Ela respondeu:

- Precisamos raspar o seu cu!

Kkkkkkkkkkkkk, nunca ouvi tantas gargalhas ao mesmo tempo.

– Meu padrinho não fala mais essa palavra, a palavra certa é ânus!

– Bem, eu de quatro, num repente elas passaram um troço tão gelado no meu...

- Peraí! Cortei a palavra dele e completei:

- Ânus!!!!!!!!!!,

- O troço era tão gelado que invadiu minhas entranhas, vocês não acreditam, gelou até a minha boca!

KKKKKKKK, eram tantas gargalhadas que alguns já estavam com dor na barriga!

– A Jesulinda tem culpa neste meu sofrimento!

– Mais Joca só penso no seu bem!!

– Continuando com o meu sofrer, foram raspando, raspando, por fim mexeram nas minhas bolas e ouvi elas dizerem, quanta pelanca! Mocinhas atrevidas aquelas, passaram aquele líquido gelado no meu bilau que envergonhado tinha se recolhido, elas riam conversando entre si, parece que este está mortinho, mortinho.

Deus meu! Me acode! Me levaram para uma outra sala toda iluminada, foi aí que eu vi a coisa preta!

– Meu padrinho o que aconteceu!! Perguntei por perguntar.

– Entrou o só douto, um homem do tamanho da porta, sorrindo me cumprimentou, agrado para pegar frango pro almoço, foi logo colocando as luvas, foi aí que arregalei bem os olhos e desconfiei aonde ele ia enfiar aquele baita dedão já lambuzado com o que eu não sei, respirei fundo e arrochei o redondo com todas as forças que eu tinha, cabra macho igual a eu não tem, mas o douto era de uma paciência cativante, na tentativa primeira encontrou forte resistência, calmamente com a outra mão alisava a minha bunda e dizia:

- Relaxa Joca Raimundo!! Relaxa Joca Raimundo!

KKKKKKKKKKK ninguém aguentava mais de tanto rir.

– Meu padrinho não se fala bunda, é nádegas!!

– Naquela situação pouco estava me lixando se era bunda ou se era nádegas, sentindo aquelas intimidades me subiu um nervoso no sangue quando abri a boca para mostrar meu descontentamento, soltei o ar do peito, e no descuido relaxei, e seu douto não perdeu tempo mandou o dedo, arrochei, mas já era tarde a ponta já tinha entrado, entrou a ponta entrou o resto, fui sentindo aquele dedão revirando as minhas entranhas, depois de fazer o que quis comigo, deu mais uns tapinhas nas minhas costas, agradecimento de satisfeito.

KKKKKKKKK, eu estava chorando de tanto rir.

-Eu queria mesmo é ter morrido pra não ter que contar essas coisas. Ah! Quando a gente ia saindo do hospital, o douto nos alcançou sorrindo disse que na próstata eu não tinha nada, era apenas uma pequena infecção nos rins.

- Foi aí que eu fiquei macho, então pruque que tive que levar aquela dedada? Pruque que não fizeram o exame dos rins primeiro? Eu queria esganar aquele douto, qui falta senti do meu revolver, tinha furado ele na bala.

KKKKKKKKKKKK fazia muito tempo que divertíamos tanto assim.

– Ah! I tem mais, ele quer que eu vorte lá no ano que vem pra mais uma dedada pra tirar todas as dúvidas, já falei pra Jesulinda que só morto eu volto lá.

KKKKKKKK, Seu Joca teve que por muito tempo agüentar a zoeira daquela turma... Mas com toda certeza no ano que vem com jeitinho a dona Jesulinda convence o seu Joca Raimundo pra retornar ao médico....

( Com o tempo seu Joca se convenceu da necessidade do exame preventivo não só da próstata, como também obrigou a dona Jesulinda a fazer os seus exames também)

Magnu Max Bomfim
Enviado por Magnu Max Bomfim em 10/06/2011
Reeditado em 22/06/2015
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