Porquinha da Chiquinha

“Porquinha da Chiquinha”.

Um caso de Zé Teodoro.

BH/A/B1515F

Em uma fazenda muito grande morava um velho fazendeiro que criava uma netinha de nome Chiquinha menina de uns seis aninhos onde quem mesma mandava em todos ali era a menina o que ela pedia se transformava em ordem seus avos tudo faziam para o gosto da menina.

E assim começa nossa historia

O meu pai é muito bonito, tem um bom porte, mas não é gordura não. É todo músculo, de seu queixo, sai de cada lado da boca um dentão. Muito afiado e pontiagudo e é uma verdadeira arma.

Quando ele briga para defender suas varias fêmeas e seus diversos filhos, ele da estocadas e onde ele acerta com aqueles dentões, ele faz um rasgo.

Mas se os tratarem ele muito bem e não quiserem invadir o seu território. Ele é até muito bonzinho cuida bem de sua família.

Minha mãe tem dose tetas, é calma e muito dócil e gosta muito de todos seus filhos, mas se mexer com qualquer um de nós, ela fica uma Fera, não importa o tamanho do inimigo, ela encara qualquer um mesmo que ele seja maior que ela.

Você já sabe quem eu sou. É! E verdade, eu sou uma porquinha.

Não! Não se assuste eu não sou porquinha de sujeira, eu sou até muito limpinha, eu tomo três ou quatro banhos por dia, se a água do meu bebedouro estiver suja eu os jogo fora, posso até morrer de sede, mas não bebo água suja! Eu sou na verdade, uma leitoazinha. E falando o difícil minha família é da raça de Suínos Landrasse.

O dia em que eu nasci, já sofri uma agressão, naquele exato momento, logo que sai da barriga de minha mãe, já fizeram uma maldade para mim, Um homem muito feio de barba rala, chapéu enterrado até os orelhas, fedendo sobaco,cachimbo, com os dentes amarelado de tanto baforar aquela fumaça fedorenta, daquela coisa pendurada em seu beiço chamado de cachimbo, misturado com suor de três dias, de quem não toma banho a mais de uma semana.

Por isso que muita gente diz ou fala que porcos não é a nossa família, mas sim os nossos donos. Mas deixa-me continuar a minha narração da agressão que sofri na hora de meu nascimento.

Então esse homem fedorento, catingudo, me pegou e com um alicatão, me cortou a metade de meus dentes da frente.

Depois que me livrei desse catingudo, mesmo com dor na boca e nos dentes, eu procurei as tetas de minha mãe para minha primeira refeição.

Não! Não é leite não, aquilo se chama de colostro e é muito bom para todos nós, que acabamos de nascer até os bebezinhos, porque ao nascer, todos nós, ainda não temos os anticorpos, para nós defender das baque teria e vírus que nós atacam a toda hora e é nesse colostro que esta a nossa defesa.

Bem eu e meus irmãos e irmãs depois de nossa barriga cheia, saímos de nossa casa por um buraco que achamos e fomos conhecer o lugar em que viveríamos e fazer nossos folguedos.

Estávamos tão inclinados em nossos folguedos, quando apareceu um bicho muito feio e grandão, e nós, atacou, com a aquela bocarra arreganhado cheio de dente afiados e sem nenhum corte, como estava os nossos dentes.

Esse bichão queria é nós comer a todos nós, bicho morto de fome, e todos nós corremos para onde, para aquele buraco em que saímos.

E você, que agora lê minha estória sabe que quando muitos querem entrar num mesmo buraco ao mesmo tempo, dois ou três ficam entalados e ai ninguém entra e ninguém sai e foi isso que aconteceu, formando aquele pacote no buraco.

Minha mãe correu para nós acudir, mas coitada, ela estava do outro lado do buraco e nada podia fazer para salvar sua plole, mas fez um barulho muito grande.

Eu dei bobeira, fiquei por ultimo e o bicho me pegou com aquela boca cheia de dentes, eu ia ser a primeira a ser comida desse bichão, e eu gritei com todas as forças de meus pulmões, e foi ai que eu conheci a neta do dono do sitio a menina Chiquinha,

Uma menina, loirinha, gordinha, de nariz arrebitado, cabelos amarelos, cacheados e olhos azuis.

O animal que tinha eu em seus dentes, era muito grande ou a Chiquinha muito pequena, porque ela e o bicho eram do mesmo tamanho.

Mas com uma vara na mão, ela gritou o nome do bicho e lhe deu umas varada no seu lombo e ele lhe obedeceu e largou eu na mesma hora.

Ai a Chiquinha me pegou no colo e com a vara na mão protegeu, minha família dando tempo para que todas as minhas irmãs e irmão entrassem no buraco, que era, para nossa moradia e depois ainda tampou o buraco para que nenhuns de nós pudessem sair por ali, e cair na boca do bichão de novo.

Eu que estava machucada pelos dentões do bichão, ela a Chiquinha, me levou para dentro de sua casa e foi me fazer uns curativos nas minhas feridas.

Enquanto ela me tratava, ela me falava que aquele bichão, era o seu cachorro e seu nome era Jordão, e sua função era para pegar bandidos e intrusos e não leitoazinha indefesa como eu e meus irmãos ou irmãs.

E foi ai que ficamos muito amigas mesmo, depois ela me levou para o meu habitar, que era a pocilga.

Nos dias seguintes ela a Chiquinha ia bem cedo e entrava na pocilga a fim de tratar de minhas feridas nos três primeiros dias, ela teve de enfrentar a fúria de minha mãe.

E ela os enfrentou sem medo e depois minha mãe viu que a menina só queria era mesmo me tratar e ai não mais ligou para ela, quando ela entrava em nossa casa.

Depois das minhas feridas já saradas, a Chiquinha lá aparecia para me carregar eu ou uma das minhas irmãs ou irmãos em seu colo. As minhas feridas sararam, mas a nossa amizade continuou.

E dois meses se passaram, e nossa mãe já tinha proibido nós de mamar em suas tetas.

Obrigando nós a comer comida, que o avô da Chiquinha nós dava.

E a própria Chiquinha tudo o que ela comia, ela ia lá à nossa pocilga e nos dava um pedacinho.

Assim que completamos esses dois meses, apareceu junto com o avô da Chiquinha um homem muito bem vestido, com uma caminhonete verde, muito bonita e olhando para todas nos ele disse. __ Eu fico com todos os filhotes, e até eu entrei na dança.

Mas ai apareceu a Chiquinha e pegando eu no seu colo, ela chorou e gritou e não me deixou o homem me levar, mas meus irmãos foram todos.

Embora eu não saiba para onde eles foram só escutei o homem falar, que eles iam para um restaurante muito chique. Mas o que meus irmãos iam fazer num restaurante chique eu não sei.

Mas as faltas de meus irmãos foram cheias pelo carinho da Chiquinha, me dava e o tempo foi passando, eu crescendo e engordando já a Chiquinha não me pegava mais no colo, mas coçava minha barriga e eu deitava abria as pernas para ela me coçar, fechava meus olhos como se estivesse dormindo, era assim os nossos folguedos.

Minha mãe já tinha outra plole de porquinhos e porquinhos para cuidar. Uma bela manha estava eu passeando com a Chiquinha pelo terreiro, quando meu narizinho, sentiu aquele repugnante cheiro de cachimbo e suor de quem nunca toma banho.

E procurei com meus olhos e vi aquele homem fedorento, catingudo que tinha me cortado meus dentes quando eu nasci.

E esse catingudo falava ao avô da Chiquinha que precisava capar o cachaço, assim evitaria briga com o cachaço novo que iria chegar.

Só que eu não sabia que esse tal de cachaço, era o meu pai, daí eles foram lá à minha casa e cataram meu pai, arrastaram para fora da pocilga e o meu pai lutando tentando pegar eles com seus dentões, mas eram muitos homens e dominaram meu pai que só podia berrar.

Daí esse fedorento, pegou aquelas duas bolas que meu pai tinha logo abaixo do rabo e amarrou tanto que aquilo ficou saltado e com uma faca, ele cortou as duas tirando para fora, depois com um ferro em brasa ele queimou e depois pintou com uma tinta azul e disse ao avô da Chiquinha, que a tintura era para não pegar bicheira.

Depois soltaram meu pai lá na pocilga, e o lugar onde estava às bolas de meu pai devia estar muito quente porque meu pai correu e sentou numa poça de barro e ai ele parou de gritar e lá ele ficou um tempão.

Depois o pai da Chiquinha a mandouela ir à casa de seu vizinho, e ela queria me levar, mas seu pai não deixou, e assim que ela sumiu no caminho esse fedorento também me pegou por umas das minhas pernas.

Eu gritei, mas não sabia o que aquele fedorento ia fazer comigo, eu não tinha as bolas que nem meu pai, ai todos aqueles homens me seguraram e esse catinguento com uma faca, ele me cortou um dos lados de minha barriga e enfiando ali dois de seus dedos sujos ele tirou duas bolinha e extirpou, também para fora.

Eu não sabia, mas as mesmas bolas que meu pai tinha abaixo do rabo eu também as tinha, dentro da minha barriga.

Depois ele me costurou e também pintou com tinta azul e me soltaram na minha casa e eu estava sentindo um ardume e como meu pai fez eu também fiz, corri e me deitei na lama e até que a dor aliviou e eu pensei que lama santa é essa.

E no dia seguinte lá estava minha amiga Chiquinha cuidando do meu machucado de novo.

E eu me sentia protegida com minha amiga por perto e a Chiquinha me contava que fizeram aquilo com meu pai porque aquela cria que minha mãe cuidava agora tinha sido a quinta cria e depois da quinta os cachaços são trocado e aquele que foi capado ia ser descartado.

Eu não sabia o que era ser descartado, mas isso era um problema de meu pai e a mim nada me interessava.

Nessa mesma tarde chegou o tal de cachaço novo é de fato ele era bem mais novo, porque seus dentões mal começavam sair de sua boca, quanto já o de meu pai devia medir uns cinco centímetros.

Meu pai nem ligou para o cachaço novo, já minha mãe e outras porcas ficaram contentes e já foram rodear o tal de cachaço novo.

Aquele dia se passou e meu pai nem ligou para aquele intruso, mas no dia seguinte o pai da Chiquinha pegou meu pai e eu e levou para outra pocilga e falou que ali era a pocilga de ceva.

Nessa pocilga nova não faltava comida e tanto eu como meu pai comíamos o dia inteiro, o meu pai engordou tanto, que não podia nem se levantar mais.

Comida e água o pai da Chiquinha lhe dava na boca, eu também estava engordando, estava rolissinha.

Certo dia apareceu outra caminhonete e vários homens e carregaram meu pai e o puseram na caminhonete e os levou ele embora não sei para onde.

Eu fiquei sozinha nessa pocilga e de lá eu via muitos homens enchendo as arvores de Luisinha colorida e todos falavam num tal de natal que ia chegar, também ouvia eles falarem na tal de ceia de natal, eu só não sabia que eu ia ser parte dessa ceia.

E dois dos meus irmãos por parte de mãe ia ser a principal dessa ceia.

Eu estava redondinha, pesava uns trinta e cinco quilos, e esse tal de natal chegou, e ali no sitio muita gente já tinha chegado, e todos que chegavam ia até onde eu estava e davam uma olhada e eu sem entender nada.

No dia seguinte logo de manha eu senti que algo não andava bem, porque eu senti o fedor daquele catinguento de novo, e todas as vezes que aquele fedorento aparecia, uma desgraça acontecia na minha família.

Mas eu estava tranqüila, porque não mamava mais e por isso meus dentes, ele não iria mais cortar, as bolas que eu tinha na barriga, ele já tinha me tirado.

Sabia que tragédia ia acontecer porque eu ouvi-o falarem que iam assar umas leitoas para a tal ceia e só podiam fazer isso com meus irmãos ou irmãs visto que eu não era mais uma leitoa e sim uma porquinha muito gordinha e o avô da Chiquinha me chamava de minha capadinha.

De onde eu estava eu vi quando eles bem cedo botaram uns tambores cheios d’água para ferver, depois eles pegaram duas das minhas irmãs por parte de mãe e as mataram e enfiaram elas naqueles tambores e depois as deixaram branquinha e as levaram para dentro.

Depois eu ouvi o avô da Chiquinha falar para umas mulheres que levassem a Chiquinha para bem longe, e daí que elas se foram o avô da Chiquinha junto com o fedorento se aproximou da minha pocilga e o avô da Chiquinha falou ao fedorento. Não deixe gritar, para a Chiquinha não ouvir, e aquilo foi mesmo tão rápido que não deu tempo para eu gritar.

O fedorento com aquele cachimbo pendurado em seus beiços pulou para dentro da minha pocilga e com um martelo, ele bateu na minha cabeça com tanta força que meus ossos rachou no meio e eu desmaiei na mesma hora e nem senti quando o fedorento enfiou sua grande faca no meu peito rasgando meu coração pela metade.

Foi assim que eu morri no tais dias do natal depois também me deixaram branquinha e despedaçaram meu corpo me puseram, num freezer para irem comendo minhas carnes aos poucos.

E isso é uma verdade , todos nós nascemos para um dia morrermos, o que fica é aquilo de bom que fazemos enquanto somos vivos.

Se fazermos coisa boas como fez o inlustre Tiradentes seremos lembrados para sempre

E assim eu uma porquinha bonitinha e redondinha narrei minha vida, que durou só seis meses.

Mas ainda fico contente, porque nas tintas da caneta do contador de estória do Zé Teodoro, eu fui imortalizadas e muitas crianças, vão se lembrar de mim e da Chiquinha e também do fedorento, que deve andar por ai capando e matando os animais de minha raça.

A única coisa que me alegra é que eu servi de comida para a Chiquinha e seus familiares e amigos.

Mas esse fedorento, catinguento, cachibento, quando morrer será enterrado no chão e quem vai comer ele, será os coros e outros bichos, filho daquele mosquitão verde.

Assim termina o causo da linda porquinha que era mascote da Chiquinha.

ATE A PROXIMA CRIANÇADA, QUANDO O ZÉ TEODORO INVENTAR OUTRA ESTORIA.

AUTOR JOSÉ TEODORO RAMOS.

Zé teodoro

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Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 15/05/2011
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