Alice para sempre

Na mesa cirúrgica e desacordado, sonhei que eu era um menino,

Mamãe fez a mesa de café, e eu seguí o meu destino.

Com camisa branca, calça azul e o carimbo do Afonso Vergueiro,

No portão, Alice me esperava, na sombra do abacateiro.

Ligeiramente embriagados, e de mão dadas, fomos a escola,

Alice era meiga, carinhosa e muito frajola.

Nossos colegas enciumados, fazia comentários incitante.

Na cantina, diante de todos, escolheu-me para um sarau dançante.

Da nossa grande amizade, nasceu uma afeição profunda,

No teatro da escola, representamos Romeu e Julieta e Calunga.

Foram inúmeras peças e a última, foi a Caça da Raposa,

Na Matriz, jurou a imagem de S.Antonio, que seria a minha esposa.

Por preconceitos sociais, seus pais mandaram ela pro exterior,

E nunca mais eu fiquei sabendo do meu amor.

Acordo, e sinto alguém segurando minha mão com meiguice,

Olhando aquela moça de branco, reconhecí, é Alice.

Fiquei tão emocionado, que perdí a voz naquele instante,

E minhas lágrimas, começou a cair pelo semblante.

E Alice sempre meiga, me disse baixinho ao meu ouvido,

Vou cuidar de você agora e sempre, meu querido.

Bossi
Enviado por Bossi em 16/10/2010
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