Alice para sempre
Na mesa cirúrgica e desacordado, sonhei que eu era um menino,
Mamãe fez a mesa de café, e eu seguí o meu destino.
Com camisa branca, calça azul e o carimbo do Afonso Vergueiro,
No portão, Alice me esperava, na sombra do abacateiro.
Ligeiramente embriagados, e de mão dadas, fomos a escola,
Alice era meiga, carinhosa e muito frajola.
Nossos colegas enciumados, fazia comentários incitante.
Na cantina, diante de todos, escolheu-me para um sarau dançante.
Da nossa grande amizade, nasceu uma afeição profunda,
No teatro da escola, representamos Romeu e Julieta e Calunga.
Foram inúmeras peças e a última, foi a Caça da Raposa,
Na Matriz, jurou a imagem de S.Antonio, que seria a minha esposa.
Por preconceitos sociais, seus pais mandaram ela pro exterior,
E nunca mais eu fiquei sabendo do meu amor.
Acordo, e sinto alguém segurando minha mão com meiguice,
Olhando aquela moça de branco, reconhecí, é Alice.
Fiquei tão emocionado, que perdí a voz naquele instante,
E minhas lágrimas, começou a cair pelo semblante.
E Alice sempre meiga, me disse baixinho ao meu ouvido,
Vou cuidar de você agora e sempre, meu querido.