O sonho

Querida Narizinho de batata,

Eu tive um sonho. Nele estamos numa cama assistindo televisão. Na cômoda nossos celulares desligados. Sobre a cadeira nossas roupas.

Por baixo das cobertas estamos abraçados. Na televisão assistimos algum episódio de Game of Thrones. Estamos felizes e muito a vontade. Nossas mãos não se desgrudam. Somos uma respiração, um cheiro, um sentimento.

Você sorri. Eu sorrio. Não porque Jon Snow ressuscitou, mas porque estamos juntos compartilhando de um momento bobo como esse diante da televisão. Somos felizes por nos completarmos e transbordarmo-nos. Somos em todo maior que a soma das partes. Duas partes, dois corações e um mesmo sentimento.

Teu sorriso bobo vive dentro de mim. Você nunca saiu. Te dei meu coração, você tomou posse dele e trocou a fechadura da porta. Quem te disse que poderia fazer do meu coração sua morada? Lhe dei as chaves dele, mas o que fizeste? Pôs em cada canto sua marca. Agora tudo dentro de mim tem o teu cheiro.

Não se iluda! Não te permito ser minha dona apesar de entregar-lhe a alma. Fez dela o que quiseste e hoje vivo aqui, esperando por ti.

Não te vejo há muito tempo mas sinto que todo o tempo será reduzido a ontem quando meus olhos encontrarem os teus.

Serás minha como eu sou teu? Envelhecerás ao meu lado? Estará comigo quando eu partir para a eternidade? Faremos deste amor a nossa morada?

Até esse dia chegar eu vivo a tortura de te amar, de te querer, de te desejar. Minha amiga, minha amante, meu grande amor.

Para sempre teu

John Raskólnikov
Enviado por John Raskólnikov em 22/04/2024
Reeditado em 22/04/2024
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