Alerta

“Dizem que mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda.” 🎵🎶

Vivemos em uma sociedade complexa. Nós mulheres, mesmo cientes de nossas limitações, lutas diárias, somos, muitas vezes, ávidas em emitir nossas impressões, pensamentos, opiniões.

Há alguns dias um fato nos chocou. Um crime hediondo, uma mulher durante o parto foi estuprada pelo profissional responsável por administrar sua sedação. O fato tornou-se público, com provas irrefutáveis, vídeos, não restaram muitos questionamentos, dúvidas sobre o acontecimento em si.

No entanto, a situação é mais grave, mais complexa. O abuso sofrido por essa mulher é irreparável, ela está profundamente ferida, vítima indefesa de um monstro. Porém no caso dessa vítima não haverá questionamento, não haverá dúvidas se ela foi simpática em excesso, se ela provocou, se aceitou uma bebida, usou a roupa errada

Vez o outra aparecem notícias sobre vítimas de estupro, e por ser um crime “discreto”, “silencioso” e quase tudo que a vítima possui é sua palavra, eis a necessidade vital de sermos honestas, não devemos fragilizar ainda mais a credibilidade dos fatos, não acusemos falsamente apenas para punir.

Observo a repulsa, indignação quando falamos sobre estupro, quando tomamos conhecimento de alguma vítima. Agora vamos deixar as notícias de lado? Você conhece alguma mulher vítima de assédio? Conhece alguma mulher vítima de abusos? Conhece alguma mulher vítima de estupro? As histórias que ouviu, as ouviu sem julgamento ou responsabilizou a vítima?

Você já se colocou no lugar de uma vítima? Imagine estar andando em uma rua deserta, um estranho aborda você e com sua força, uma arma, faca, algo que a faça temer, arrasta você para um beco, rasga sua roupa e diz: Se gritar te mato? Após satisfazer-se, levar seus pertences, ele a deixa ali, nua, assustada. E depois? O que você fará? Como irá agir? Você foi responsável por andar por ali?

Um momento em sua vida, uma conversa trivial com sexo oposto, uma reunião no seu trabalho, na sua faculdade, um ambiente qualquer. Não há da sua parte interesse sexual, nada, apenas uma conversa, um indivíduo, talvez um colega com quem falou esporadicamente um “bom dia” no elevador, comentou uma notícia, aproxima-se e ao encontrar uma oportunidade “batiza” sua bebida e pronto, deixo aqui abertura para imaginar as consequências.

Muito se fala do estupro, de como é hediondo, desprezível. Mas e o depois do estupro, a vítima? Como ela se questiona, como ela se sente e as diferentes formas de lidar com esse depois. A vítima é casada? Como fica o casamento? Ela tem filhos? E seus filhos, como esse crime vai alcançá-los? É solteira? Como ela poderá confiar em um homem, como poderá despir-se, e aí meus caros, não falo de tirar a roupa, é algo mais profundo.

Deixemos os discursos vazios de lado. Acolher é sobretudo respeitar, é não responsabilizar a vítima, é não justificar a atitude do criminoso. E fica um alerta: JAMAIS ACUSE FALSAMENTE. O mundo já é demasiadamente violento, não sobrecarregue com mais mentiras. Há vítimas reais que precisam do crédito de suas palavras.

Hayat
Enviado por Hayat em 16/07/2022
Código do texto: T7560762
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