Uma carta para uma outra carta

Escolhi este título porque talvez seja o mais apropriado para o momento do relato que vou externar aqui neste computador, que nos dias atuais substitui o papel que antes eu utilizava para expor o meu pensamento de tudo o que acho de interessante que acontece em nossas vidas. A minha e a de minha eterna companheira enquanto encarnado.

Este termo: encarnado, é costumeiramente usado entre nós espíritas e talvez totalmente desconhecido para aqueles que ainda não aceitam a reencarnação como o meio mais eficaz de alcançar a evolução espiritual de um ser humano. O que agora neste instante não vem ao caso quando expuser aqui o meu pensamento.

Linda, como bem sabes o nosso relacionamento começou como por um acaso, mas em menos de um ano já estávamos casados, circunstâncias da vida que ambos, nós dois levávamos e que agora depois de quatro décadas é que eu me dei conta do quanto isso foi realmente necessário, ao apreciar no silêncio os benefícios de tudo aquilo que pudemos juntos

angariar.

No início lembro-me bem do quanto a fiz sofrer tamanho era o despreparo que tinha numa relação a dois, já que parte da minha juventude foi vivida longe dos meus familiares e isso talvez seja um dos motivos que me levava a não aceitar de pronto a nova faze que estava vivendo.

Mas, como no linguajar popular já nascestes anjo, um anjo que até hoje mesmo quando a faço qualquer tipo de mágoa, ainda és capaz de passar a mão nos espinhos que lhe imputo e transformá-los em flores, razão pela qual mesmo em pensamento a todo instante me vejo desculpando dos malfeitos por mim em relação a te construídos por pura ignorância.

Ao invés de me ajoelhar aos teus lindos pés e pedir perdão, prefiro fazer uma prece pedindo aos céus que te ilumine cada vez mais. Ainda és e continuarás sendo sempre enquanto encarnado estiver, o meu tesouro, a minha guia, o diamante que veio abrilhantar todos os meus dias até hoje, e como não poderia deixar de ser a minha única companheira e amante. Quarenta anos não são quarenta dias, foi uma vida sempre pautada no respeito, na admiração e no amor. Que eu te amo já sabe, mas o tamanho deste amor, somente ficarás sabendo quando deste mundo dos encarnados eu me for, zelarei por te para que mesmo do outro lado eu tente de alguma forma amenizar todos os seus sofrimentos.

Sei também que jamais virá a ler essas mal escritas linhas e rascunho mal feito do que eu realmente gostaria de ter escrito aqui hoje. Olhe, não sou adivinho, mas acho que o meu tempo em cima dessa terra abençoada está mais perto do fim do que foi do início.

Um grande beijo de quem vai te amar sempre, até mesmo de lá, do lugar onde a Divina Providência já preparou para que eu reveja o que fiz, o que tinha de fazer e não fiz, quem sabe me dando uma nova oportunidade de reparar tudo. Fique como sempre nas mãos de Deus.

L.R

ChangCheng
Enviado por ChangCheng em 21/08/2017
Reeditado em 21/08/2017
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