O Amor em Silêncio!

Hoje mais um dia belo nasce. Uma alegria de poder viver, acordar e ver a luz do dia, ouvir o som do vento nas folhas das árvores, ouvir o canto dos pássaros, ouvir os sons à minha volta, ouvir, ouvir o silêncio e repousar nele, meditar, ouvir minha respiração, meu pensamento. O sofrimento de quem se cala por não escutar o silêncio. O que há nele? Nada. E ao mesmo tempo tudo. Somos nós. Um ser vazio repleto de tudo que nos rodeia. Até do amor que sonhamos em ter mas sentimos longe para alcançar. Lutamos e sofremos para te-lo, fazemos tudo por esse amor, e no fim esquecemos de nós mesmos.

O mesmo acontece ao silêncio. Batalhamos para ouvir, escutar tudo ao nosso redor, mas esquecemos que no silêncio também há música. nós amamos em silêncio, vivemos, choramos, sofremos, sorrimos, tudo. Talvez nada. É através de um silêncio que escrevo minhas cartas profundas de amor inteso e inefável. No silêncio que amo você sem ao menos você saber. No silêncio existe tudo que queremos, que podemos imaginar. É do silêncio que surgiu as mais belas músicas e sonatas como as de Beethoven, que aos 54 anos, época da composição da Nona, estava completamente surdo. E compôs até o último momento de sua vida as mais incríveis sonatas, sinfonias. Ou então as de John Cage que explorou o silêncio, elevou o ruído ao estatuto de música integrando sons considerados como tal. De exemplo temos a peça 4"33'de 1952, em que previu que o público contemplace os ruídos que iram acontecer durante o silêncio da peça.

Aahh as maravilhas do silêncio. Há um mundo para ser explorado. Há um brilho incrível no silêncio e em cada som que nele surgir.

Há um brilho em você, em seus olhos, em teu sorriso que observo sempre atentamente em pleno silêncio. Você percebe. Me pergunta 'O que foi?' Eu claro 'Nada!'. Só observo a magnitude que há em você e em cada gesto seu. E em silêncio percebo o quão incrível é amar. Em silêncio que as vezes (quase sempre) me pego sorrindo ao escrever sobre o homem que amo, que as vezes ao cantar uma canção de amor italiana, em pensamento só me surge você, que imagino escutando atentamente até meu último suspiro ao término da canção..

Aahh esse doce amor que invade meu ser e me faz sonhar acordada em silêncio.

Que é como me encontro agora, em silêncio, sentada ao lado da janela observando os raios de sol iluminarem o verde das árvores diante de um lindo e imenso céu azul. E penso como é maravilhoso o trabalho da natureza, que nos fornece algo belo todos os dias em pleno silêncio.

No fim, vemos que a vida gira em torno do silêncio, que ao mesmo tempo é um amontoado de sons em sintonia ou não. Tudo ao nosso redor é som, é silêncio. É amor, paixão, tristeza, solidão. É sempre tudo e ao mesmo tempo, nada. Do vazio agudo que surge os mais longos e profundos pensamentos. E do silêncio que surge a mais bela declaração ou canção de amor.

E agora, muito mais que ontem e menos que amanhã, em silêncio, te amo!