Contigo Aprendi
Contigo Aprendi
Como começar esta; se as palavras que sei são insuficientes para expressar meus sentimentos?
Como construí-la sem destruir meus próprios sonhos de esperanças futuras; quando toda ela remete desde sua base ou estrutura, ao pretérito de minha e de sua vida (comigo)?
Como fazer-te entender, mesmo sem acreditar que estas palavras nada mais são do que reticências perdidas em um emaranhado de letras; palavras não ditas e frases por dizer.
Então; temeroso de que reinterpretes as minhas palavras e repagine a sua maneira os meus sentimentos; arisco-me a usar do que tenho, para tentar lhe transmitir o que cuidadosamente guarda o meu coração.
Se eterno fosse, eternamente seria grato por você ter existido na minha vida.
Contigo aprendi o valor da vida. Ensinaste-me o preço do amor. E a dor como troco, foi o que te dei. Uma vil e mesquinha recompensa que hoje me retorna com juros e dividendos.
Ensinaste-me a solidão através de tua doce e prazerosa companhia. Dei-te em dobro, enquanto ainda contigo. Fazendo-a sofrer entre sorrisos para não me perturbar.
Disseste-me no teu sábio silêncio, que meu gritar nada dizia. Mesmo o meu calar nunca foi e nunca poderia ser silêncio aos teus perscrutadores ouvidos; pois minhas atitudes gritavam alto, e em bom som contra o teu doce olhar de censura. Mesmo este; não era de todo uma repreensão. Era mais um entender e perdoar. Sem, no entanto esquecer.
Aprendi contigo que amar não é querer do outro aquilo que se dar. Que companhia não se resume em estar junto no mesmo ambiente se o coração ali não está. E sim ausente.
Ensinastes-me que o beijo não é um simples sorver e troca de salivas. É o laço mais íntimo dos corpos. É a forma concreta de a alma dividir e compartilhar substâncias. Fazendo com que um sinta e tenha parte do outro em si mesmo. E que o sexo não é um encaixar de saliências em recônditas reentrâncias. Não é apenas o prazeroso encontro de côncavos e convexos. Mas sim a forma perfeita de Deus e da natureza nos mostrar que nos completamos e nos complementamos um no outro.
Por fim. Aprendi na tua ausência o que é saudade. No teu silêncio, a importância do dizer. No teu doar-se, o que é não receber. E no teu Amor, o verdadeiro sentido da dor.
Obrigado meu grande, eterno e único amor.
Hoje sou um homem melhor. Mais sábio. E porque não feliz, por ter te conhecido e vivido com você. Ter sido amado, e ter amado sem o saber.
(Farias Israel – jun/2017 – SP)