Meu querido,
Nossa relação sempre foi pautada no respeito, cumplicidade, afeto e verdade, portanto, por coerência e para que não permaneça nenhuma mácula em nossa, já desfeita relação, devo confessar que menti.
Menti quando disse que você podia partir que eu saberia viver sem você, quando disse que estava bem e havia apendido a viver longe de seu carinho, quando disse que estava "curada" e você não mexia mais comigo, quando disse que posso olhar para você sem desejar fazer de seus braços o meu espaço.
Menti para você porque menti para mim mesma ao tentar acreditar nas mentiras que lhe contei. Quanto tempo já passou desde nosso último encontro!? Não sei precisar, mas meu corpo ainda guarda as lembranças de seu toque. O gosto amargo da despedida continua travando meu paladar e impedindo que eu deseje outros beijos. Nos meus olhos a tatuagem de seu olhar triste e cheio de perguntas que nunca consegui responder continua garvada em minha retina.
Não sou perfeita, errei ao mentir, mas tenho consciência que não faria diferença se tivesse feito o contrário, você estava disposto a ir, aliás, já tinha ido, apesar de permanecer ao meu lado. Ir ou ficar não era uma escolha que me cabia, ela já havia sido feita por você. Idependente disso sempre permaneceremos um no outro.
Não acredito que o tempo apague nossa história, ou a reconstrua, muita coisa mudou. Nós mudamos. Nossa vivência foi intensa. Real. Entrega plena. Confissões profundas, troca de segredos, talvez por isso tenhamos sofrido tanto na hora do adeus.
Conhecíamos demais um ao outro. Sabíamos que estávamos abrindo mão de pessoas íntegras, verdadeiras, infelizmente algo quebrou dentro de nós e não conseguimos consertar. O medo de provocar um dano maior nos colocou em estradas diferentes, apesar de nossos caminhos continuarem se cruzando.
Conhecíamos demais um ao outro. Sabíamos que estávamos abrindo mão de pessoas íntegras, verdadeiras, infelizmente algo quebrou dentro de nós e não conseguimos consertar. O medo de provocar um dano maior nos colocou em estradas diferentes, apesar de nossos caminhos continuarem se cruzando.
Quem sabe um dia a verdade nos traga de volta um pouco do muito que perdemos!? Quem sabe!?
Este texto faz parte do Exercício Criativo "Das Mentiras que Contei",
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