Uma carta vinda do meu interior

Em signo de água, aonde se encontra o fogo? Poucos entram e encontram, mesmo ele estando bem à sua frente. Existe uma barreira que bloqueia minhas emoções, elas não se sentem bem na presença de outras pessoas. Se olhar dentro dos meus olhos, nada encontrará, eles são opacos por genética. Introduziram inúmeras camadas de melanina para garantir que não escapará um fio sequer de sentimentos. Eles se aglomeram e escapam pela minha boca em um sorriso vacilado do meu cérebro, que logo comanda que minha cabeça se abaixe para ele não ser visto.

Por que eu sou assim? O responsável por isso o fez e desapareceu com facilidade e vantagem da distância, sem dizer adeus.

Minha intenção de mudar cresce sempre que me lembro do que perdi, mas intenções são irrelevantes, elas não nos movem no dia-a-dia. Até uma criança é melhor que eu nisso, as camadas opacas dos olhos da maioria delas não impede que seus sentimentos sejam vistos. Esse poder não deveria se perder com o tempo, mas o mundo agride e uma muralha se ergue à sua frente aos poucos até que não possamos mais vê-lo. Mas não há nada que não possa ser recuperado, reconstruído. E eu reconstruirei, tijolo por tijolo.

Cara Marzzoni
Enviado por Cara Marzzoni em 06/10/2016
Código do texto: T5783562
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