São Paulo, 09 de setembro de 2016

Ei, amor

Como vai você?

Vim aqui botar o papo em dia, quais são suas novidades, velho amigo? Deixando muitos corações partidos? Por que é que você faz isso, ein, amor? Se envolve, se fixa, se você sabe que um dia vai embora? E o pior, por que é que tem casos que você continua, nos dois, mas mesmo assim não dá certo? Por que é que você tem toda essa fama de ser mal? Não é você quem acaba né, nem sempre. As vezes são outras pessoas, outras coisas que atrapalham, mas é você quem é o culpado. Deve ser difícil ser você as vezes. Apesar das alegrias ter as recaídas grotescas. “Que sentimento mais cliché, mais ridiculo”, já pronunciei essa frase tantas vezes que já perdi as contas, me desculpe, amor, é que na raiva do momento, nos sentimentos a flor da pele, a gente não sabe usar o cérebro, a gente deixa o coração levar e nem sempre ele leva ao lugar certo. Apesar de ser onde queremos. Que sentimento mais ridículo… ridículo sou eu, escrevendo uma carta pra um sentimento. Ridículo é isso, amor, você continuar aqui quando tudo já foi. Ridículo é a vida, é o amor, sou eu, é ele. Mas bem que eu queria ridicularizar um pouco mais todos nós.