Lapelas

A cor do dia surge sobre os edifícios...

Sombreiam pensamentos e seus artifícios...

Descascam cores nas paredes e nas mentes...

O ponteiro do sol cobre cor e aço em seu calor...

As janelas cantam nas manhãs e venezianas com seus vitrais...

Cheiros madrigais em óleos de cafés ao invés das relvas seculares...

Vasos e azaleias disfarçam seus concretos frios...

Jacarandás e perobas em suas dobradiças raízes eram sombras protetoras...

Hoje muralhas conciliadoras de seguranças em seus clãs...

Suas fés...

Suas criações...

Prepotências e pré-conceitos, são pré-primários...

Constroem destruindo...

Paradigmas e suas epidermes...

Num canto qualquer de dor, num canto dos olhos rola a gota que não difere a cor...

Nem seu vento respira cores...

E a morte não é colorida, somente a vida com sua mão pinta sua noite em dias...

De amor...

Somos descendentes incandescentes..., de luz.

E carvões molhados...

Igualmente pelas chuvas...

As noites nos protegem com seu manto...

Enxugando nossas lágrimas sem cor, nas calmarias de seu descanso...

Somos iguais, com uma única diferença...

Ainda guardamos o lenço branco da paz nas lapelas das guerras...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 20/08/2016
Código do texto: T5734006
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.