Do exílio I

Busco o exílio, não atrás de um abrigo, o desejo de uma resposta talvez, para o que, ou aquilo que me tornei. Ainda assim aqui estou em meu escuro canto solitário, pensando, lamuriando e compondo sobre meu terrível reino do vazio.

Mas não me julgue precipitadamente, pois de certo estará errando e perdendo seu tempo porque sequer me importo com qualquer coisa que tenha a dizer sobre isso.

E não se assuste com minha maneira defensiva, não se ofenda, pois vivo essa guerra escura e oculta e outra tão clara como o dia. Se lhe contasse entenderias? Prefiro não arriscar lhe envolver nessa minha “cruzada” (por mais que não goste deste termo, serve como uma boa figuração textual). Entenda, isso é porque lhe estimo e não lhe desejo o mesmo sofrimento meu.

Eu sei que um dia terei o poder e farei ver que não estava louco e que os sonhos de paz podem ser reais. E meu exílio findará e poderei lutar com a força de minhas palavras reais.

Tenho tanto a lhe dizer, no entanto o tempo me chama a cobrar as minhas culpas. Voltarei a lhe escrever, espero que aguarde tanto quanto aguardo eu.

Ass. Exilado Poeta dos envenenados.