Carta para mim mesmo daqui a cinco anos...

Oi menina,

Ou melhor, eu ainda posso te chamar de menina? Rs. Afinal, digamos que você está bem crescidinha, ou pelo menos, eu imagino que sim. Você já deve ter 25 anos. Agora é realmente uma mulher. Será se você se tornou a mulher que eu, hoje, desejo que você seja ou você se reinventou? Eu creio que você já se formou, né? Pois, pelo meus cálculos, você se formaria com 23 anos. Peraí, você se formou nesse curso? Pelo que me lembro (quer dizer, pelo que sinto hoje), tinha muitos grilos, dúvidas e hesitações se era realmente o que eu queria. Se você se formou, eu espero que você esteja feliz. Se decidiu mudar de curso e se reinventar, eu também espero que esteja feliz. Arranjou um emprego que se sente realizada? Gosta dele? Eu espero que sim. Me conta as novidades? Eu devo te dizer que você hoje é uma pessoa comum, de vida comum, mas feliz. Te acho uma pessoa linda (por dentro... ei, você continua sendo uma menina de 1m e 70cm, magra, cabelos cacheados cheios, parecendo mais menina que mulher?), maravilhosa e surpreendente assim. Adoro teu jeito, apesar dos teus defeitos gritantes, discussões internas consigo mesma. Tua personalidade é muito forte, admito. Rs. Tu é sensivelmente doida. Toda largada, leve, do tipo “vida, tô aqui, me leva”. Gosto disso. Será se você conservou isso dentro de ti? Tu te prende a liberdade, apesar de não ser libertina. Tu te liberta de tudo, de todos, inclusive, de ti mesma quando quer. Demorou, mas aprendeu que não se deve apegar. Desapegar é preciso. Tu é tão livre que a tua liberdade se mostra de forma sublime, no teu jeito de se expressar e em como não tem medo de como as pessoas vão reagir ou se reagirão. Tu te é e te basta assim. Ainda gosta de apreciar a tua própria companhia? Às vezes é bom ficar um pouco sozinha, pensar na vida, ler livros, escrever... Tu não te priva de ser você mesma. Isso é raro hoje. As pessoas se escondem com medo de viver e de serem elas mesmas. Eu gosto como tua felicidade dá um olé naqueles dias tristes e como saúda a todos pela manhã. É impossível não segurar o sorriso e desejar um bom dia. Você ainda rir exageradamente e comete a gafe de rir quando não deveria? Gosto como fala das pessoas sem julgá-las. Fala sobre os defeitos sem justifica-los. Só repara, sabe? Gosto como é delicada tentando ser grossa. É engraçado porque a tua essência é a doçura, apesar de querer ser amarga. Espero que você ainda seja prestativa, disposta a aprender e a repassar o teu conhecimento aos outros. Se tornou mais inteligente e esforçada? Lembro que você nunca foi a aluna exemplar, contudo, sempre se esforçou bastante. E o amor? Menina, você já se permitiu amar? Você fechou o seu coração cedo demais. Admito que tenho medo de me apaixonar. Eu adoro ter o controle de tudo, da minha vida, da minha cabeça e dos meus sentimentos. E o amor nos tira do nosso conforto, nos deprime, nos faz rir à toa, nos confunde e de confusão basta eu. Mas sério, eu espero que você tenha um amor. Uma pessoa que te faça feliz, que te complete, que te ame e aceite desse jeitinho que é. Tu merece toda felicidade. Bem, é isso... eu tenho várias perguntas, tanto para saber. Me escreve me contando tudo sobre ti.

Espero tua carta daqui a cinco anos.

Beijos.

Futura Bell. =)

Belinda Oliver
Enviado por Belinda Oliver em 03/02/2016
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