O Incêndio

Introdução: Felizmente ou infelizmente a vida ensina, às vezes coage as pessoas a aprenderem a ver coisas boas em situações ruins. Às vezes meramente pra elas terem forças pra seguirem em frente, porque em determinadas situações, as pessoas ficam tão solenemente perdidas, que isso é fundamental pra prosseguirem.

Dos Fatos: No dia 24 de agosto de 2012, eu fui a Unimed buscar uns exames para a senhora minha avó e assumir duas multas. Quando eu passei pela feira que fica duas ruas para baixo da minha casa, mandei uma mensagem a um amigo perguntando se ele gostava de pastel e caldo de cana, ele me respondeu que sim. Eu que já estava na esquina a caminho da Unimed, quando meu amigo respondeu minha mensagem e eu resolvi voltar para a feira, visto que era 11h30min e a feira acaba por volta de 12h00min, não tendo tempo hábil para eu ir a Unimed e depois a feira. Fui e comprei o pastel e o caldo de cana, voltei a minha residência com a finalidade de deixar o caldo de cana na geladeira, para mantê-lo gelado. Ao abrir a porta de casa verifiquei que a mesma estava pegando fogo. Com toda calma do mundo, conversei com o senhor que olha carros na rua, o informei sobre o ocorrido, ele me disse para ver se não era apenas fumaça oriunda de alguma panela, que isso ocorre diversas vezes em sua residência. Tentei entrar na minha residência novamente, observei que a situação era grave, realmente estava tendo um INCÊNDIO em minha casa. Imediatamente pensei em uma pessoa, mas não me senti no direito de incomodá-la em seu horário de serviço. Mandei uma mensagem para um amigo, dizendo que estava tendo um incêndio em casa, ele me respondeu questionando se era figurativamente ou literalmente? Eu respondi que era literalmente, ele saiu do cursinho e foi até a minha casa correndo. Liguei para os bombeiros ainda com toda a calma, informando-os sobre os fatos, caiu à ligação, quando o Sr. Osmar veio e questionou se eu necessitava de ajuda. Liguei novamente aos bombeiros, já um pouco nervoso e novamente os informei do ocorrido e solicitei a presenças dos mesmos, imediatamente. Meu amigo que saiu do cursinho correndo chegou até a minha propriedade, enquanto os bombeiros ainda estavam a caminho. Tornei a telefonar para os bombeiros, exclamando palavras de baixo nível, em total desespero, solicitando a presenças dos mesmos, informando-os que não se tratava de um trote e que eu possuía pelo menos quatro testemunhas que podiam ratificar o que eu estava informando. Parei uma viatura e os informei sobre o ocorrido. Eles abriram o portão e constataram o ocorrido, passaram um “rádio” para os bombeiros e fecharam a rua. Falaram para eu por a minha cachorra em algum lugar, visto que ela poderia fugir, surgiu o Sr. Mauricio e colocou-a na casa de sua mãe que é minha vizinha. Chegaram os bombeiros, eu só pensava nas minhas cartas e no pássaro que fica dentro de casa. Pedi para que eles o salvassem.

Para ficar claro o motivo de o meu pássaro não ter morrido, vou fazer um breve parênteses.

No dia 20 de agosto de 2012, estava eu irritado por ter ocorrido um pequeno incidente, quando fui fazer uma coisa que eu costumo fazer para passar o estresse e acidentalmente quebrou o vidro lateral da minha casa, de uma maneira extremamente improvável, uma vez que o vidro de casa tem várias grades. Se o vidro não tivesse sido quebrado, é certo que o pássaro não estaria vivo, já que o vidro quebrado serviu para a fumaça não se alastrar, exatamente no local onde o animal fica.

Os bombeiros controlaram o fogo, não houveram perdas significativas, uma vez que não houveram feridos e meus animais estão todos bem. Perdas materiais o dinheiro é capaz de restituir.

Após a confusão, minha vizinha Sra. Raquel, disse que estava a disposição para ajudar. A vizinha duas casas abaixo da minha, a qual não possuo o prazer de conhecer, também se disponibilizou a ajudar. A senhora Judite e sua mãe também se disponibilizaram a ajudar. Minha querida e amada amiga que estava na escola também se mostrou apta a ajudar no que fosse necessário. Meu amigo estava comigo desde o princípio e se mostrou a pessoa mais solicita do mundo e foi ferramenta indispensável no desenrolar do processo.

A Oportunidade: Sem falso lirismo, apesar de a vida ser uma passagem sofrida para todos, em determinados momentos verificamos que, nossa vida possui algum valor. Não pelo que possuímos, nem por outros motivos similares, mas meramente pelo que cultivamos.

Determinadas pessoas vão até a igreja, rezam, pedem, imploram, para que Deus as dê oportunidades. Todas as pessoas querem oportunidades, porém poucas estão dispostas a passar por provações. Eu, particularmente, encaro com uma oportunidade de no mínimo verificar as pessoas com quem eu posso contar. Após o ocorrido de ontem, algumas pessoas pelas quais eu sempre me dediquei muito, demonstrei total consideração, as quais eu tinha absoluta certeza que me estenderiam a mão, se mostraram indiferentes. Outras que talvez que não esperasse tanto, se mostraram preocupadas e solicitas. Certamente que isso de alguma forma vai me ajudar a crescer e evoluir como pessoa, é questão de tempo até eu entender a lição que a vida está tentando me ensinar.

Agradecimentos: Venho por meio deste, agradecer a todos que no desenrolar do processo me ajudaram, se preocuparam de alguma forma. Não preciso citar nomes, meus amigos verdadeiros, sabem quem são.

Conclusão: Por último e nada menos importante “Depois de todas as tempestades, naufrágios, tormentas e intempéries da vida, o que fica em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.”

“Me vinha a sensação de que o mundo era enorme, cheio de coisas desconhecidas. Boas nem más (…) Assim: dentro do que se podia tocar, escondido, vivia também o que só era visível quando o olho ficava tão inundado de luz que enxergava esse invisível no meio no tocável.”

Gui Machado
Enviado por Gui Machado em 23/10/2015
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