Carta Aberta

Querida mãe,

Não sei escrever bem, mas estou te escrevendo. Voltar-te, estou vendo você na cozinha comendo manga e matando a saudade de suas crias. Não sei o que escrevo neste papel sujo e rasgado, mas minha boca diz palavras a cada frase rabiscada. Estava com saudades de você mãe. Não quero que se vá novamente, fica aqui comigo, vem pentear meus longos cabelos, sentada na porta que da para o quintal.

Desculpa por passar sabão nele, queria te contar tantas coisas, mas… Sou tão pequena para entender o que você tem, só te vejo mal, estou com medo que morra como a vovó. Que dia vamos nos reunir novamente sentados no chão, para comer peixe? Hoje tentei pegar um no lago, aquele descendo a ladeira, (risos), ele pulou do anzol e papai começou a rir, acho que quando não observava ele pôs um no meu anzol, para dizer que peguei, acho que queria me ver sorrindo.

Neste mundo, quer seja em vidas passadas, presentes ou futuras, meus agradecimentos serão sempre a ti. Os guerreiros vão às guerras com mil e uma armaduras, mas você vai a “luta” apenas com amor e determinação. Os pintores usam tintas para colorir as coisas, você usa de esforço e persistência para colorir nossas vidas. Nunca em outro mundo ou dimensão existiu uma guerreira tão bem equipada (mesmo sem armas) como você!

Acabou o papel, não tem mais mãe, “Eu te amo” minha guerreira protetora. Ei, mãe, um beijo e um abraço de sua filha Marta!

07.02.2002

Marta Santana
Enviado por Marta Santana em 21/09/2015
Reeditado em 25/03/2024
Código do texto: T5389147
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