ULTRAPASSANDO A LINHA

O caminho da magia é um caminho fascinante. Um caminho que te abre portas a realidades jamais imaginadas, te dando um mundo de novas possibilidades, onde todas as suas certezas são jogadas por terra, onde todos os paradigmas são quebrados.

Ao atender o chamado que há dentro de cada um nós e abrir as portas desse novo mundo, como a fênix que renasce das cinzas, também nós, renascemos para uma nova vida. E independente da doutrina, clã, ou do modo que você escolher para trilhar esse caminho, uma coisa é certa, é preciso saber diferenciar e ter cuidado ao escolher o caminho entre o bem e o mal. Mas assim como dizem sobre a loucura e a normalidade, no caminho da magia, também se pode dizer que, há uma linha tênue entre o bem e o mal. Uma linha perigosa e muito fácil de ultrapassar.

Lembro-me perfeitamente da única vez em que ultrapassei essa linha, e apesar de não ter ido muito longe, as conseqüências foram desastrosas. Jamais me esquecerei da vela e do punhal, muito menos eis de me esquecer do peso do mal.

Mais do que a vida, ultrapassar essa linha pode lhe custar à alma. E não adianta culpar a doce inocência da prematuridade nesse território desconhecido, ao atravessar a porta, o peso da responsabilidade recai unicamente a você, a cada um de seus passos, sobre cada tomada de decisão, colocando em prova a máxima de que toda ação gera uma reação.

Lembro-me do fascínio do despertar. E de todo o glamour que essa descoberta se faz. Mas lembro-me também, que muito, não é o que parece, e que nada é de graça, pois é nesse mundo, que se paga o que se faz. E, que de todas as certezas, uma permanece: “o mal é sempre mal e ainda que invocado com ‘um bom propósito’, ele não deixará de ser mal e, inevitavelmente, o resultado da invocação do mal é apenas mais mal”. Sendo assim, ultrapassando essa tênue linha, eis que há um risco a mais, de perder-se nas trevas e na escravidão de Ferrabrás.