Entre o caos e a lucidez tem histórias...

Era um ser.

Era uma presença constante de alegria, mas que as vezes sentia uma confusão absurda dentro de si!

Havia uma história. Um começo. Um amor. Um sentimento novo, gentil, louco, e deliosamente doido!

Havia amor.

Era uma história. Não de um, não de dois, mas de todos, afinal, o amor a nenhuma pessoa somente pertence...

Ela se modificou, amou, e com uma paciência louvável, esperou e acreditou nesse amor que brandava e dentro de si, o sentia imensamente!

Suas palavras sempre o defendiam, trocava seu bem estar pelo o dele. E nunca deixava de acreditar no que tinham e poderiam vir a ter.

Ela era sensacional. Ele não poderia reclamar, pois a cada sorriso o mundo parecia se colorir cada vez mais!

Mas ele estava diferente. Ela percebia, ele estava distante, cansado daquele mundo, daquela história. Ele dizia que não, que ela estava vendo coisas onde não tinha, mas não era de inventar, era ver a realidade.

Ela sabia. E aquilo a doía. Ela era uma estrela. Era um ser de luz, de alegria que contagiava, que energizava, era louca, era lúcida, era ciente, paciência, e embalava a todos para o caminho de sorrisos.

Mas sentia que estava em um caos. Aquela história que havia começado tão bem havia se transformado num caos. E de caos ela queria estar longe.

As coisas mudaram, o tempo passou. Os ares se inovarem, e o tempo é capaz de muitas coisas. Muitas vezes curar, entre outras destruir...

Ele se jogou ao vento e as poeiras mais sujas se impregnaram nele, não era mais o mesmo. Se já estava distante antes, agora ele estava vazio, indiferente, e ela continuava rodeando pela vida, dançando e sorrindo para os momentos de alegria.

Até que algo a tocou, sua dança silenciosa pela vida foi interrompida. Viu a podridão e o vazio que consumia ele. Ela tinha acabado de tomar a decisão se seguir sem ele. Era o que destino tinha reservado aos dois. O que ele tinha feito para acontecer.

Mas ela o viu.

Ela o sentiu naquilo.

Não pensou duas vezes.

Havia escolhido desistir dele e de todo aquele caos.

Vê-lo, fez se lembrar de toda a história deles.

Mas ela lembrou: ele estava diferente. Ele não se importava. Estava cansado.

Mesmo assim, não pensou duas vezes. Não o deixaria. O amor é cheio de surpresas...

Ela não estava dizendo que voltaria a acreditar naa história que tinham dito ou que eles poderiam ter algo. Mas não o deixaria.

De repente a música da vida dela se tornou cheia de batidas, toques rápidos. Não que ela tivesse medo, aquele ritmo a contagiava!

Ela estava dando seus pequenos saltos, sorrisos, e soltando faíscas de amor, tentando o curar de toda a solidão, e o vazio que se encontrava dentro de si. Ela sempre foi a luz dele.

Ela não o deixou antes, porque faria isso agora?

Ele tinha sorte de ter a tido. Era uma pedra preciosa que todos desejavam, mesmo que nem ela soubesse o quanto poderia brilhar.

E mesmo magoada, com medo de voltar para o caos, lá estava ela ajoelhada ao seu lado.

"Estou contigo, querido!", ela dizia, mesmo sabendo que certas coisas não mudavam. Ele não havia mudado. Ele não se importava. Ele não a transformaria no seu centro de viver. Havia coisas mais importantes. Havia dificuldades que o impediam de tentar.

E não dava para mudar o passado do que havia sido quebrado e destruído.

Mas lá estava ela.

Seu coração ainda doía, e ela se sentia confusa, mesmo assim não saia do lado dele.

Isso não!

Ninguém deve ser abandonado. E delicadamente, docemente, e com amor, ela procurava curá-lo, e ele irá de fato estar curado... e ela... ele...

Ela continuará caminhando.

O passado doí.

O passado não muda.

Existe as contas abertas da vida.

Muita dor.

Ela nunca parará de andar...

Quem sabe...

Ele nunca a deixava entrar dentro dele. O conhecer, estar com ele. Serem os dois, e somente eles. A afastava. Algo mudou. Ama-ló não pareceu ser o suficiente.

Mas o tempo muda muitas coisas, e ela era uma força indestrutível.

Não o deixaria, mas o amor...

O passado...

Quem sabe...

Talvez algum dia ela pare de andar ou alguém segire sua mão e não ouse, dessa vez, não mais soltar!