O AMANHÃ QUE UM DIA VEM - Vinnicius Cladu.
Tanta gente que eu amo já partiu
Encontraram a estação antes de mim
Duas vezes eu cheguei perto de lá
Mas, ainda havia tempo aqui pra mim
Coloquei, por duas vezes, um pé lá
Mas, na hora do outro passo, desisti
Porquê ainda eu tinha que me encontrar
Pra encontrar a estrada certa pra seguir
Muitas vezes o caminho está ali
Bem na frente, há um palmo do nariz
Mas, a gente não consegue enxergar
Se, acaso, a gente for um aprendiz
Essa vida é só um sopro do que foi
Conta certa na equação do existir
Elementos que figuram quem eu sou
Na ciência que ninguém vai entender
Há um marco, um ponto certo pra seguir
Mas, tem gente que não sabe aonde ir
Mesmo tendo a indicação de quem voltou
Só se enxerga quando aprende a não olhar
Mil palavras não diriam o que vi
Nem eu mesmo saberia relatar
Mas, voltei com uma certeza que eu não tinha:
Nessa estrada há só um trem e uma só linha.
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Eu estava numa maca, tinha acabado de voltar! Eu não estive só. Quando abri os olhos, tinha uma senhora que aparentava uns 60 ou pouco mais. Ela era tão forte, que bastou olhar pra mim, segurar na minha mão e dizer: você não está sozinho, sempre estaremos aqui, basta olhar pro lugar certo, como você olhou!
Minhas lágrimas correram, a pele se arrepiou, fechei os olhos e sumiram as dores, me deu o maior sentimento de alívio que já senti, foi quando dei conta que ainda tinha uma vida inteira, digo inteira, sem fim, pela frente. Abri os olhos e ela não estava mais, olhei por todos os lados, mas, não, ela não estava! Sabe aquela sensação de que você já conhece e, com certeza, verá tal pessoa novamente? Pois é, carrego em meu eu!
Valente - BA, 10.06.15 (00:44).