Eu não disse tudo que queria

Eu não disse tudo o que queria, mas disse muita coisa bonita. Falei de sonhos e de temores, falei de música e poesia... contei meus casos mais engraçados e as madrugadas de nostalgia. Te abri meu eu mais escondido. Chorei sem acanho e me despi... pelado ri! Ri como um bobo nas minhas próprias piadas desafetadas e tão gostosas na tua risada escancarada.

Eu não disse tudo que queria, mas brindei a vida e celebrei o amor, vivi paixão de fio agudo, num corte lento penetrando a alma e descontrolando o coração. Fiquei meio tonto de tanta paixão. Sei lá se é libido ou covardia! Nos goles doces de cicuta e alucinação. Não tive medo de dizer te amo ou de mostrar carência do teu peito forte, tão segura de si... nem tanto, depois vi. Me desmanchei como manteiga num pão quentinho, era teu carinho que derreteu, me mostrou amor e me roubou: só teu.

Eu não disse tudo que queria, mas disse tudo que mais era verdade. E quando disse amor não restou incerteza e nenhum escrúpulo, só que não maldade. Só uma vontade de um abraço longo, de um perfume leve, uma promessa confessa de uma vida em breve ou de um amor eterno. Uma bala, um jantar, uma música antiga, uma máquina de costura, um chiclete, uma casa simples, uma escolha desvairada e mais algumas taças de intensidade pra abrir mão de tudo que não grite o nome dessa paixão.

Eu não disse tudo que queria, mas falei teu nome na madrugada. Na cama e no sonho, no ouvido em sussurro ou gritando no escuro do meu carro com rádio tocando músicas tão melosas ou metais pesados ou sertanejos ou qualquer coisa num choro besta de moleque apaixonado, te querendo mais e não só agora, mas que venha a hora de acordar do teu lado.

Krummel
Enviado por Krummel em 02/02/2015
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