Carta para um certo alguém

Oi, tudo bem? Como você está? Eu? Eu vou indo... sempre indo... pra onde, eu ainda não sei.

Tenho sentido muito a sua falta... você não telefona e nem manda mais mensagens de texto... eu sinto falta dessas coisas... falta de ver o seu rosto aparecendo de repente no telefone ou alguma mensagem nas horas mais impróprias... tudo isso fazia com que eu sentisse você um pouco mais perto de mim.

Vez ou outra, eu escuto a nossa música... é doloroso escuta-la e pensar que... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... que ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... que não é mais a nossa música.

Você despareceu... e está desaparecendo aos poucos de dentro de mim... e eu não sei quanto tempo ainda vou conseguir segurar você aqui dentro.

Não sei se você foi embora para sempre... não sei se vou vê-la ou escutar a sua voz novamente... mas eu queria que você ao menos me ligasse só pra... ... ... ... ... ... ... ... ... ... pra... ... ... ... ... ... ... ... só pra me dizer algo... nem que fosse pra sei lá... pra me mandar pra puta que o pariu ou pra dizer que tudo terminou mesmo.

Não sei se te atenderia se você me ligasse... sinceramente, eu não sei... não depois deste tempo todo... não depois de tudo o que aconteceu.

Sim... eu sinto a sua falta... só que à cada dia que passa, eu sinto você cada vez mais longe de mim e do meu coração. Eu disse pra mim mesmo que eu NUNCA escreveria esta carta. Talvez, por querer acreditar que como num passe de mágica ou como num conto de fadas, você me ligaria e tudo ficaria bem... que aquele Sonho que sonhamos juntos se realizaria... que seríamos felizes para sempre e coisa e tal.

É... mas nada disso vai acontecer. Você se foi... e nem ao menos se despediu de mim.

Se você ao menos tivesse alguma consideração, teria me telefonado... me dito alguma coisa.

Acho que vou dar início ao meu lento processo interior de cura... sei que vou me afastar de tudo e de todos e ficar bem antissocial por uns tempos. Vou escrever coisas deprimentes... coisas de “cortar os pulsos” – que é como eu chamo essas coisas tristes, amargas e melancólicas que eu escrevo quando estou assim... mas o que posso fazer? É o meu jeito de lidar com essas coisas.

Se você me ligasse agora... será que eu iria atender? Eu não sei... sinceramente eu não sei dizer.

Vou ficar na minha... quietinho no meu canto... é melhor assim. Só o que me restou, foi a falta que ficou... e nada mais.

Dreamaker (Denis Correia)

08,09/07/2014-00:22