Quando eu mais precisei

Um lugar chamado Solidão, 6 de maio de 2014.

A você,

Que me prometeu amor eterno e me abandonou quando eu mais precisei, que jurou encanto absoluto por um olhar castanho infinito e o deixou desbotar, que outrora esteve tão perto de mim e, mesmo assim, não veio me ver, minhas frágeis saudações!

Os últimos tempos têm sido difíceis para mim. A começar por você, que me excluiu de todas as maneiras da sua vida. É! Você mesma! Você que disse que seria meu ombro amigo, minha esposa, confidente, amante... minha mulher. Você que hoje diz que nada mudou. Você mudou. Repito: você me excluiu, de fato, da sua vida. Você! Quando isso acontece com uma pessoa qualquer, não há problema. Não dói. Mas quando alguém que você ama, te decepa sumariamente da vida dela, é a própria morte em vida. Você continua vivendo, mas é como se morto estivesse.

Não bastasse vossa indiferença, eis que algo pior acontece. O falecimento do meu pai. Meu amigão se foi. Deixou um vazio impreenchível no meu peito. Foi aí que eu mais precisei de você... e você me abandonou. Almejei o seu conforto nesse momento. Mas logo fui tomado por um senso de realidade e percebi que talvez estivesses muito ocupada para ouvir lamúrias. No único meio de comunicação que nos restou, nenhuma palavra. Nada! O silêncio, como sempre, foi seu porta-voz.

Depois disso, meu aniversário. Algo mudou? Não, não. Você não ligou, sequer uma mensagem mandou. Realmente, meu presente foi chorar e mais uma vez constatar, que nada mudou.

Como diria Renato Russo:

"Quero que saibas que me lembro

Queria até que pudesses me ver

És, parte ainda do que me faz forte

Pra ser honesto

Só um pouquinho infeliz

Mas tudo bem

Tudo bem, tudo bem...

Lá vem, lá vem, lá vem

De novo

Acho que estou gostando de alguém

E é de ti que não esquecerei"

É isso. Os acontecimentos derradeiros não me alegraram. Mas tudo bem! Estou aqui, um pouquinho infeliz. E mesmo em face de tudo que aqui foi dito (e vivido), não me esquecerei de ti, simplesmente porque eu te amo.

Um abraço,

De alguém que chora nesse momento, mais do que a vertigem da distância, a dor da indiferença.

Thalita Gaspar
Enviado por Thalita Gaspar em 06/05/2014
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