Seu aniversário... Meu Deus!

Já faz um ano que você me pediu uma boina e eu ainda não te dei. Já faz um ano que você me convidou para uma “festinha” e eu disse, meio chorosa, que tinha compromisso. Faz um pouco mais de um ano que o conheci no embalo de um livro engraçado misturando-se com o balanço d'um ônibus e que o lugar comum se tornou mágico, pelo simples fato de tê-lo visto lá. O tempo passou, o estágio passou, as conversas cessaram bruscamente. Não passou nem cessou essa saudade, essa vontade de querer vê-lo e jogar conversa fora, ou melhor: guardá-las dentro d'um baú bem lacrado até que eu precisasse de mais um de tantas lembranças boas.

Você foi como um anjo da guarda, que apareceu do nada no momento em que eu mais precisava e que do mesmo modo que apareceu se foi. Foi tão estranho e tão… mágico. No momento em que perdi as estribeiras, alcancei olhos da cor de chocolate vagando no nada. Naquele instante, o que me tirou a concentração foi os olhos e depois o jeito de respirar, logo o resto todo foi me fazendo desviar o olhar e querer — impulsivamente — conhecê-lo.

E depois o resto todo foi impulsivo:

- O sentar desengonçado ao seu lado e minha enorme concentração para controlar a respiração.

- O “oi” repentino e a perda de perguntas essenciais como “Qual é o seu nome?”

- As madrugadas em claro rindo em frente ao monitor.

- Alguns beliscões para ver se aquilo era um sonho.

- O afeiçoamento pelas músicas que você gostava.

- A paixão fanática pelo que você me mostrava.

- As perdas do horário, só para ter mais cinco minutos de conversa, enquanto caminhávamos por debaixo das árvores.

- Os incansáveis treinamentos para conseguir cantar como cantava antes.

- O ignorar de sua indiferença, e a esperança de que não sumisse.

Por fim, foram tantas coisa impulsivas, agi segundo o que aquele “tum tum tum” descompassado mandava.

Meu Deus, é seu aniversário e, bem… o ano passado passou rápido demais.