Narciso

As vezes acho que eu me perco demais. As vezes também não acreditava em nada, nem nas pessoas, nem no amor, nem na amizade, nem na confiança, e me perguntava que porra eu fazia nesse mundo que vai servir de algo. As vezes, eu paro, me encho de esperanças e tento me manter em paz ou ser qualquer coisa perfeita. O doutor me perguntou como eu me sentia. Eu disse que doía, mas que era mentira, eu mal me importava, mas ao mesmo tempo sentia, sei que não era de mim, era a dor de alguém que eu não conhecia, mas estava ali, e como doía. Ela só queria ter outro nome, mas precisava disfarçar pra não precisar voltar naquele inferno, então era Narciso, sempre Narciso. E o doutor me perguntava quem era Narciso.

Marina Mood
Enviado por Marina Mood em 14/03/2014
Código do texto: T4728973
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.