Em cinzas

Ao pôr do sol, fecho os olhos em busca dos teus,

procurando uma paz que um diz existiu aqui,

nesse peito desfigurado.

E o abro ao anoitecer para sentires abrandá-lo,

como um desatar de uma dor.

Tento sonhar, mas nem se quer consigo dormir.

Vivo em pesadelos, por ter-te perdido, meu fruto

detido, levaram-te de mim.

Agora o plantam distante, sem que eu saiba

se poderás crescer ausente do meu regar pelas manhãs.

Mas irá amanhecer, para que eu possa queimar

e em cinzas, vagar sobre você;

Queimar, até que sintas a semente

renascer, para que eu possa sorrir,

mais uma vez.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 27/08/2013
Código do texto: T4454114
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