Carta à Leitora

De: recantodasletras@recantodasletras.com.br

Assunto: DISCORDADANDO

Mensagem:

RAPAZ acho que você ofende as pessoas, embora acho que isso pra você nada importa! Lendo seu texto "AI CRISTO" cheguei achar que estava perdendo tempo, mas logo encontrei uma razão pra negar isso. Seus textos são inteligentes, mas de uma prepotência fora do comum! Suas críticas aos textos dos recantistas são de certa forma verdade, mas você tem que entender que não importa ser ou não nefelibata é o que cada um tem! Acho que o importante é a emoção que ele causa... Eu escrevo porque gosto acho que o fato de ser analfabeta literária não me roubam o direito de me expressar... GOSTARIA DE OBTER comentário desse diálogo, nesse espaço de contato ok?

Você é um jovem inteligente, porém meio decepcionado com a experiência que a vida lhe proporcionou e pelas escolhas que fez na vida! Seja grato pelo prêmio recebido de quem você acha que te deu ! ACHO que foi o ARQUITETO DA VIDA. Tenha um dia cheio de tranqüilidade...

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Olá, Z.!

Agradeço os elogios à "inteligência" dos meus textos. E confesso que achei engraçado esse lance deles serem donos de uma prepotência fora do comum. Eu nunca parei pra pensar por esse lado, mas acho que é bem verdade. Deve ser porque eu não escrevo para colorir vidas, enaltecer paisagens, falar dos idílios que o amor é capaz de proporcionar à "alma" de um poeta e etc. Eu escrevo para transgredir, pra chutar dentes - o que eu escrevo é a verdade nua e crua, das experiências que tenho, que absorvo, que me passam e que adquiro. Eu escrevo porque sinto essa necessidade e tão somente por isso, entende? O "Ai, Cristo" é conseqüência de uma absorção dessas: certo poeta, conhecido meu, soltou aquilo de que é perda de tempo criar textos com palavras difíceis, que dificultam a compreensão do leitor, que fazem com que ele se perca e perca tempo e entenda a mensagem de maneira errada. Eu achei isso uma puta de uma patifaria e DESRESPEITO, porque isso é praticamente chamar o LEITOR de BURRO. Eu não sou um bastião dos textos inteligentes, e muito menos fico fazendo questão de inserir "palavras difíceis" neles - se há alguma palavra fora do comum, é porque ela foi parar de lá de forma natural, e o próprio contexto da parte que ela está inserida fará a tradução dela sem que seja necessário se """deslocar""" até um dicionário. E outra: isso de ser nefelibata e querer se manifestar da forma que pode: eu concordo totalmente. Só não me venha cuspir que é artista. Só não me venha cuspir que é poeta. Não engulo e nunca engolirei qualquer pessoinha que aprendeu a se manifestar com as palavras se autodenominar poeta. E, CLARO, esse é só um ponto de vista subjetivo.

Portanto, Z., não é uma crítica ao conteúdo que existe no Recanto. Eu, sim, tenho pelo menos uma dúzia de textos alfinetando a galera de lá, mas aprendi que coisas assim a gente apenas ignora e finge não existir. O "Ai, Cristo", ressalto, foi inspirado num diálogo, onde me vi, além do esculacho pessoal, na necessidade de transcrevê-lo. Porque na maioria das vezes eu sinto que a recompensa pelo que execro é a identificação do leitor – é ele vir e me dizer “Porra, me identifico”. E ele é um espelho. E eu quero ser o reflexo de uma pessoa que entende o que está lendo da forma exata como eu escrevi e/ou que – o que é melhor ainda – extraia do meu trabalho a base para criar seus próprios devaneios, mas sem desmerecer a inteligência dela, fabricando a papinha rala e insossa que a massa ignóbil está tão apta a engolir.

Espero ter suprido suas expectativas em relação aos seus questionamentos :)

Um abraço!

Att;

Rafael Abreu

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 05/05/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3650469
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