Carta 05-UM DIA SEM MÁSCARAS


Muitas coisas ainda podem mudar e sei que vão chocar muitos.
Não bebi fel por engano, queria este remédio amargo para acordar.
Hoje eu vivo colecionando máscaras inevitáveis.
Não vou chorar diante de uma criança que acredita que sou proteção.
Não vou negar alimento ao velho que acredita que minhas mãos são firmes.
Sem falar da juventude que sorrir me contando seus dramas como quem confessa o desejo de viver para quem sabe o caminho certo.
E ai?
Vou ser o que eles desejam.
Mas aqui neste recinto fechado pouca luz atravessa o túnel sem fim.
Neste coração sofrido ainda tem uma porta para felicidade. Só não vou abrir sozinha.
Dias, meses e ano se passaram e é como se fosse ontem a dor que senti diante da morte eminente.
Nada posso fazer a não ser me esconder do meu verdadeiro eu e fingir ser o que todos querem e esperam de mim.
A vida já se apagou para mim e não estou forte para ir até a luz que me chama.
Terei que mudar muitas coisas até apagar meu candeeiro e ter a luz própria dos vencedores.
Não fique triste com minhas notícias de desalento.
Dizem que enquanto a vida existir a esperança se diverte na crença de mudanças.
Então estou de olho nos festejos, só não quero dançar sem sentir o perfume que me fez ver a vida do outro lado do espelho.
Não vejo a hora de partir.
E viver um dia sem máscaras.
Simplesmente Sys
Enviado por Simplesmente Sys em 05/02/2012
Código do texto: T3481660
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