Carta semancol a um sujeitão prá lá de chato e por natureza incômodo.

Fulano saudações!

Antes que eu morra do coração por sua causa, prefiro ser sincero com você: “ não o considero um inimigo meu, e mesmo que fosse, não lhe desejaria mal algum, seria sim atento aos seus movimentos, pois a indiferença nesses casos pode ser temerária. O tenho na conta de bom colega e a amizade e o apreço que lhe voto foram e são bem visíveis. Quanto ao nosso comportamento vale ressaltar que há bastante diferença. Não saio a sua procura para incomodá-lo com a minha fala, nem vivo a interrogá-lo sobre sua vida e suas idéias. Às vezes conversamos sobre fatos dos cotidiano, e nisso somos quase sempre unânimes no que pensamos. Como ser humano sociável e cristão que sou, importo-me com as suas dores e temores quando você os expressa de forma confidente, creio que os amigos podem ser de grande valia nesses momentos porque, um pode guiar o outro, aconselhando-o ou mesmo somente expressando o seu pensar em tais embaraços”

Diante desses fatos, quero muito e com sinceridade lhe dizer mais.

- suas muito freqüentes visitas ao meu estabelecimento, seus manjados assuntos, sua dura mania de querer falar e sempre falar e pouco dizer, e acima de tudo sua falta de compreensão quando me vê ocupado, e em todas essas vezes sem o menor escrúpulo vem me desconcentrar pelo seu bel-prazer de começar um lenga-lenga, pois bem, tudo isso me faz mal, meu caro, você está sendo demais, não vê?! Não se enxerga? Você o mais das vezes não tem nada a dizer mas insiste em dizer algo, parece que tem prazer em falar por falar. Camarada, o seu tempo é seu, faça uso dele como quiser, mas não admito que roube o meu, não venha alterar minha pressão arterial, nem dispersar as minhas idéias quando estou ocupado, conversar tem hora, faça o favor de ser um pouco discreto e menos inconveniente, respeite minha privacidade, porque não procura outro amigo que tenha os mesmos hábitos seus, pois deixo bem claro que não sou do seu time. Não desculpo-me por ser sincero, você também se comportou assim muitas vezes e este meu desabafo é o primeiro sobre o que penso e sinto a seu respeito. Não sei se posso contar com a sua compreensão, e se agora lhe escrevo não é anunciando a quebra de um pacto, nem uma declaração de guerra contra um detestável inimigo, mas antes algo verdadeiro e franco e para que você saiba o quanto me ofende com suas amiúdes visitas e sua insistência em começar diálogos para os quais ao meu ver há pouca ou nenhuma razão de ser, por serem coisas banais, tal conversas de comadres. Tenha dó e compreensão rogo-lhe, deixe-me trabalhar, respeite o meu direito de fazer uso do tempo que o Criador concede-me, como eu respeito o que lhe pertence. Quem sabe se você se ocupando como eu não terá maior satisfação! Pense nisso e passe bem, e vá encher o saco do trem.