SE É LOUCURA ENTÃO, MELHOR NÃO TER RAZÃO (texto do exercício criativo)

Ando suprimindo dentro de mim, respostas para perguntas retóricas, encontrei algo realmente seguro para aportar minhas decepções. Tenho idéias que parecem absurdas e outras que mereceriam até um prêmio Nobel, mas estão adormecidas dentro do meu silêncio. Perdoa-me pelo jeito calado e arredio de outrora, eu quis por à prova sua paciência, agora vejo que merece minha amizade.

Começo assim, uma carta repleta de desencontros, vez por outra respondida pela forma com que sacode os ombros ou pela forma aparentemente despretensiosa com que mexe as sobrancelhas.

Tenho muita vida dentro de mim, e tenho mais ainda na forma de querer que o mundo seja tão doce quanto os que mamãe faz. Ensinou-me que o amor é coisa que vive dentro das mais tenras e delicadas coisas, não carece de alarde nem de denúncia, cabe apenas dedicar-se.

Algumas pessoas dizem que sou louca, mas quem é são neste mundo de hoje? Somos filhos do mesmo Deus, respiramos do mesmo ar, mas cada um tem o livre arbítrio de escolher entre: viver e sobreviver.

Tenho uma proposta acalorada para todos vocês, uma que parecerá estapafúrdia, mas espere, ela poderá devolver-lhes o brilho nos olhos se a acolherem dentro de si, formando uma enorme onda de bem querer, qual seja o que sente pelas flores de um jardim.

A proposta consistiria no seguinte: Todos os dias, ao acordar, diríamos: eu me amo, mentalmente, e após se amar pelo menor tempo que fosse, passaríamos então a amar cada coisa num raio imaginário que estipularíamos, a proposta não é abarcarmos o que já está próximo e que já amamos, a proposta é bem mais singular.

O princípio da mesma gira em torno de amarmos aquilo que não atentamos, mesmo estando ao nosso lado ou a quilômetros de distância, dessa forma o raio poderia ir se alongando a cada dia, criando assim um efeito que se protrairia no espaço tempo, envolvendo não só os seres humanos, mas sim, a cada vida, sendo ela: animal ou vegetal.

Bem, já disse que me chamariam de louca, mas, se é loucura então, melhor não ter razão, pois é justamente esta a força motriz que me faz querer ser feliz, a busca da felicidade através da irracionalidade.

Tanto se fala em querer agir de forma equilibrada, mas eu não quero. Vou continuar sendo esta pessoa repleta de sonhos inacabados, mesmo que sejam sonhos loucos, insensatos e isentos de razão.

* Esse texto faz parte do Exercício Criativo, conheça os outros autores participantes e seus textos com o mesmo tema. Acesse :

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Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 02/12/2011
Reeditado em 02/12/2011
Código do texto: T3367925
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