Duras Muralhas

Quanto desprezo mais terei que me sujeitar a sofrer até aprender que de você é tão-somente isto que posso esperar? Não sei de onde - em meio a tantos estudos e compromissos laborais - eu arranjei tempo para topar com alguém que parece ter me ressuscitado - alguém que retirou uma mortalha que eu sequer havia percebido que carregava. Também não sei como arranjei espaço no meu coração - em meio a tantas chagas negras de desamores passados incrustadas. Não sei... Já li e ouvi tanta coisa a respeito dos benefícios que o amor por outra pessoa traz que começo a achar que o problema sou eu, que encaro-o nos olhos e vejo somente sombras malfazejas e o negrume desolador quando a luz do túnel da ilusão acaba e esbarro nas duras muralhas da realidade. Da realidade fria. Da realidade vazia. E da realidade solitária. Solitária e vazia em meio a tantos corpos. Corpos que não me despertam interesse. Nenhum interesse. Quisera eu ser tolhido da capacidade de amar. Quisera eu... Não ter te conhecido.

19/08/2011 - 14h57m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 19/08/2011
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