Ao meu Querido...

Querido,

Hoje, uma madrugada com chuva, eu resolvi escrever-te uma carta. Sei que não vou publicar, mas não sei se ela terá um destinatário.

Eu sinto por tê-lo conhecido. Sinto de felicidade e não de tristeza. Adorei poder conhecer este teu jeito de menino tímido, um pouco confuso e um tanto perdido.

Confuso pela falta de uma direção. Perdido pela falta de uma mão para guiá-lo. Sinto que devo, mas vou omitir que caem lágrimas dos meus olhos.

Eu realmente estou gostando de você. Gostando de um jeito sem igual. Gosto de pensar em você, de te ouvir, de te falar, de não te tocar e te tocar, quando posso.

Eu gosto do teu cheiro, o gosto da tua boca, que só provei uma vez.

Eu gosto de tudo um muito. Sabe, eu penso demais em você. Penso tanto que às vezes, na maioria delas, eu esqueço que é você e que eu sou eu.

Certo, minha letra não está muito bonita, nem meu texto muito coeso. Mas cada mover do meu braço, cada pensar dos meus neurônios, cada sentir do meu coração é verdadeiro.

Eu sei que sou um homem difícil. Sou difícil no sentido de que não me deixo abalar facilmente, mas você me faz tremer só de pensar. Faz-me, perdoando a ambigüidade, querer aprofundar no mais fundo de você.

Eu sou, sei que sou um pouco arrogante, mas basta você pedir, que faço. Sempre que você pedir, que precisar, eu estarei. Foi assim aquele dia, que me ligou e pediu para que o encontrasse. Eu fui. Fui pelo simples fato de você pedir.

Eu não consigo esconder de você o meu verdadeiro ‘eu’. Um garoto, na pele de homem, tentando sobreviver e levar a vida sem chorar mais. Só que depois desse garotinho perder o que não tinha, ele criou um muro chamado ‘frieza’.

O garotinho se diz forte, poderoso e intocável; contudo, ele é só mais um menino que quer ser homem. Eu sou forte, sei disso. Mas eu adoro que você em um segundo derruba todo esse muro e vai direto para os Jardins.

Querido, eu gosto muito de você. Comecei a gostar quando me que não sabia muito de si. Ganhou meu respeito quando disse não. Ganhou meus pensamentos quando deitou no meu colo. Ganhou meus sonhos com aquele beijo. Agora, só falta ganhar o meu amor. Será mesmo?

Sabe, eu confesso que nunca me imaginei namorando, casando, juntando os trapos ou como queira. Sempre me imaginei solteiro, só que agora… Agora eu não sei mais.

Eu penso que seria bom ter alguém para eu cuidar. Alguém com quem eu pudesse falar de mim. Alguém que eu sentisse: eu posso confiar. E não alguém que eu saiba disso.

Eu quero alguém que fale: ensina-me. E eu fale: eu sei. Alguém que diga: não. Mas que também não diga nada.

Quero alguém que faça meu coração sair do ritmo. Quero que algumas vezes haja pelo que lutar, mas que mesmo que não haja que eu possa lutar.

Meu menino, minha flor, meu bebê. Deixe-me cuidar de você. Deixe-me se romântico, mostrar-te que o mundo é tão pequeno quando eu penso em você.

Não vou dizer que te amo, pois ainda é cedo. Mas também já é tarde para dizer que eu gosto. Ficamos, então, no apaixonado. Que nem é amor, nem, gostar. É estar apaixonado.

Mas como? Simples. Eu sorrio quando penso em você. Eu fico divagando quando penso em você. Eu me esqueço do mundo quando olho a tua boca. E acima de tudo: eu estou adorando tudo isso.

Estou adorando sentir meu mundo girar. Sentir a falta. Sentir ALGO. Lembra: ‘sentir é a única coisa que nos faz humano’. Então, eu sou humano.

Eu sinto. Sinto vontade de te abraçar, de te tocar, de te olhar. Sinto tantas vontades, todas grandes e duradouras.

Eu sinto que eu estou diferente. Com uma nova mente, mais feliz. Eu sei, é cedo. Mas eu quero. Eu estou amando você.

Amar? O amar de amar mesmo? Sim! Amando. Amo o teu jeito de chegar e conseguir o que quer amo a falta do teu cheiro e o excesso dele. Amo o teu gosto, a tua falta de jeito para falar. Amo tudo – até os foras que me dá, completam-me.

Agora chega. Já estou escrevendo jogado. Mas como disse: o que sinto é real.

[…]

Querido. Eu sinto, mas PRECISO saber: você gosta de mim? Gosta do meu jeito? Ou gosta mais da minha aparência? Gosta do que?

“Querido, não me deixe só, não foge de mim. Se precisar, diga ADEUS…”

P.S.: perdão por ter publicado, mas senti que precisava.

P.S.S.: muitas partes do que perguntei, já tenho respostas.

P.S.S.S.: nada mudou, meu amor.

Le Vay
Enviado por Le Vay em 23/07/2011
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3112716
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