A quem interessar possa

Há tanto que eu queria lhe falar, mas tudo tem ficado muito confuso, você cada vez mais me alcançando menos e se distanciando mais, talvez se houvesse tempo pra esclarecer algumas coisas ou se eu pudesse dizer algo que pudesse mudar tudo isso e trazer de volta aqueles dias felizes que vivi. Talvez isso me faria sentir melhor ou quem sabe esse aperto que sinto quando acordo no meio da noite e olho pro lado e não te vejo pudesse passar. Mas parece que não é mais possível. Não pense que digo isso porque é assim que quero, pelo contrário, mas se eu disser o que realmente quero, vou estar indo contra o que acredito, vou estar apostando todas as minhas fichas num jogo que talvez ja esteja perdido. Quem sabe você esteja certo e eu esteja aqui só dizendo essas babozeiras em forma de desabafo, já que como você mesmo diz, eu nem tenho amigos. Talvez nem seja amor mesmo, talvez eu ame a pessoa que eu sou quando te tenho por perto, o amor é mais, o amor compreende, e o amor só ama de verdade aquilo que o completa. Talvez eu ame apenas a idéia que tenho de você e isso não é você, é o que eu queria que você fosse e a soma dessas perspectivas não condiz com o real, então me resta apenas continuar sendo o que sou.

Se eu pudesse eu te diria pra me amar e me querer com tudo o que eu tenho de bom e de ruim, com todas contradições e pequeninas coisas que muitas vezes você nem considera correto. Poderia pedir-te pra entender que sou como um gato, variável, inconstânte, mas sempre honesto: uma vez que se sabe lidar com ele se tem garantia de carinho e apego eterno. Caso contrário, arranhões e comportamento arredio são inevitáveis e prepare-se para me ver fugir ou te ignorar. Bichos selvagens são imprevisíveis.

O fato é que eu não posso te pedir nada, já que com isso eu teria que aceitar essas mesmas caracteríscas que há em você e entendo que a dificuldade em aceitar é recíproca. Então, não tendo outra alternativa, é mais sensato cada um seguir seu caminho em busca daquela felicidade que eu nem sei se existe.

Gislaine Munhoz
Enviado por Gislaine Munhoz em 17/05/2011
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