Árvore Caída

Eu sempre imaginei que um pronome possessivo quando referido a um namorado ou namorada fosse somente um pronome possessivo e não uma referência direta a uma posse. Eu sempre imaginei que quando duas pessoas decidem concatenarem os destinos foi por que cada uma delas se viu livre para escolher uma pessoa entre tantas. Se tem uma coisa que suga a minha vitalidade e deixa o gosto amargo da decepção no lugar é de repente um amigo querido dando as costas ou alterando o modo de agir comigo por causa de um namorado/namorada que apareceu de repente. Eu sempre me pergunto aonde vão parar as risadas, aonde vão parar aquelas palavras de apoio, aquelas palavras de incentivo e aonde vai parar aquela paciência de te ouvir e de te escolher para ser o ombro que vai ficar umedecido com lágrimas ou mesmo pra você sentir as agulhadas de uma verdade não esperada que foi dita com toda a sinceridade de um amigo. Não entendo como surge uma pessoa e faz com que a outra levite envolta em corações holográficos e promessas de idílio eterno quando toda paixão é sazonal e todo amor tem seu quinhão de ódio mesquinho que pode ser alterado na curva de uma noite traiçoeira. Eu não entendo como uma pessoa te coloca aspas e você vira um "amigo". Não entendo como uma dita amizade que não pode - não pôde, não poderia e nem poderá mais - prejudicar um relacionamento é trucidada com um recado apressado e tão mal digitado. Isso dói, cara! Eu não esperava sentir essa dor, essa mortalha vindo de uma pessoa que foi quem mais me incentivou a fazer o que ultimamente tem sido a minha razão de continuar vivo. Dói, e eu não sei cristalizar essa dor em palavras para amainá-la. Não sei se estou decepcionado, enfurecido; sinto-me ultrajado, de certa forma. Eu esperava bem mais de alguém que não só me incentivou a correr atrás de um sonho; de alguém que, acima de tudo, me deu o que sonhar - em uma fase da minha vida que foi um verdadeiro pesadelo Rodriguiano. Sempre falei que se um dia chegasse a escrever um livro, seu nome figuraria na primeira página, pois você foi a minha Criadora e eu devo muita coisa a você. E bem no dia que eu decidi montar o meu livro, recebo esse banho de água fria. Se a magnitude sufocante desta dor não fosse tão pungente, eu riria, mas, no entanto, eu choro. Obrigado por acreditar em mim e por me mostrar que sonhos podem SIM serem realizados e você não tem a noção do orgulho que me dá por estar conseguindo viver o seu. "Sorte aí na sua vida", como você mesma disse...

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Windsor for the Derby

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 17/03/2011
Código do texto: T2852770
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