MASCARA

Desculpe-me não sou quem você pensa. Na verdade, esse sujeito que você conhece sempre bem acompanhado, de braços e abraços, sorrindo, se divertindo, cercado de amigos, virando madrugadas adentro, não sou eu. O herói que você ver todos os dias e admira, não existe. Ele não pasta de um impostor.

Quem olha aparência, não enxerga coração. E, às vezes, o coração é tão transparente. Tão verdadeiro. Uma pessoa um dia me perguntou por que eu nunca olhava em seus olhos. A resposta, em tom de brincadeira, foi sincera: “é que os olhos escondem fantasmas.” Fantasmas são tão assustadores! Principalmente quando nos encontramos sozinhos no vazio de nossos quartos...

Sinto-me como uma carcaça de ferro, oca, vazia, porém inquebrável. Mas o pior vilão para uma armadura de ferro é o tempo. Nada consegue escapar do tempo até mesmo as armaduras inquebráveis. Mascaras! Elas caem. E se não cair, um dia enferrujam.

Só quem já viveu um grande amor e perdeu. Só quem já foi feliz ao lado de uma pessoa, entende o que estou dizendo.

Pois é, amor, hoje você descobriu que não sou de ferro como imaginava. Deixe-me tirar essa mascara e verás um homem frágil, carente e arrependido. Volte pra mim. Ainda te amo

Leandro Flores Bahia
Enviado por Leandro Flores Bahia em 24/09/2010
Código do texto: T2517994
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.