Aos Políticos que ainda tem Vergonha na Cara!

(amigos, escreví esse texto em um momento muito delicado, que passou, graças a Deus. Mas ficou a lição de vida e a vontade que não venha a se repetir na vida de ninguém)

Em ano de eleição, achei oportuno postá-lo. Como protesto, indignação, revolta e outros sinônimos que vocês podem imaginar e completar.... obrigado pela leitura.

Um jornalista à beira da exclusão social

A “marolinha” da crise, segundo nosso mandatário máximo, sua excelência Lula, chegou com força de tsunami na vida de quem está à beira da exclusão social.

Se já não temos, os brasileiros, direito à saúde, a alimentação, a segurança, ao trabalho digno, com registro em carteira; à educação de qualidade, à aposentadoria digna, estamos caminhando de mãos dadas rumo a condição de sem-teto, cidadãos moradores de rua (e aqui não há qualquer preconceito).

Sou otimista e acredito na educação como a única saída (a última é o aeroporto), para um país com justiça social. Mas fica difícil pensar quando, mesmo concluindo o último ano de jornalismo não consigo trabalho decente, que me proporcione um salário suficiente para quitar as mensalidades atrasadas na faculdade.

Fica difícil encostar a cabeça no travesseiro e dormir, se já devo 3 aluguéis atrasados. Sou grato à locatária pela compreensão que tem amenizado minhas crises de ansiedade e insônia. Divorciado, vivo sozinho mas as dores de cabeça não param quando você tem filhos, netos, ex-mulher, mãe, irmão com deficiência.

Vou vivendo de pequenos trabalhos e grandes sonhos, alimentados pela esperança e um pouquinho de fé que ainda deposito no ser humano.

Quando a despensa vai se despedindo de arroz, feijão, açúcar e café, o olhar se volta para os móveis com a intenção de vender a própria cama para obter algum dinheiro para fazer uma simples refeição.

Não sou devedor contumaz e por espontânea vontade, sou um homem que não prega o sono enquanto não paga suas contas. Mas sei que tenho valor como cantor, compositor, artista das criações gráficas, escritor, jornalista, poeta, músico e antes de tudo, pessoa.

O que me falta? Ver a minha crença em Deus transformada em oportunidade de trabalho. Ver homens dignos protestando contra o mar de corrupção que assola nosso país. Ver empresários de respeito pagando salários dignos aos seus colaboradores e abandonando as práticas de sonegação. Ver que os direitos sociais tão esquecidos não continuem a fazer parte de uma pátria de sonhos, que caminha a pés descalços, descamisada e olhando apenas para o futuro.

Que futuro? Se estamos vendo pais de família passando fome, qual será o futuro de seus filhos? A despeito deste cenário de ruínas ainda dá para comprar um pão francês e tomar um café para continuar disparando emails em busca de um pouco de Dignidade.

Obrigado por ler este desabafo. Se você teve paciência, posso considerá-lo um(a) amigo(a)!

Saudações de um desempregado