Às quatro da manhã.

Já passava das vinte três horas quando fui dormir.

Não sei quanto tempo depois comecei a sonhar.

No meu sonho as pessoas se amavam plena e

verdadeiramente.

Cumprimentavam-se com beijos e abraços; todos

os encontros eram festejados com muita alegria.

As fronteiras que dividiam a humanidade tinham

sido suprimidas; todos entendiam-se como nunca.

Já não havia mais guerras e as conquistas de novas

descobertas tecnológicas eram compartilhadas.

Ter saúde ou ficar doente era opcional; havia ética

medica e os hospitais funcionavam.

Ignorância ou conhecimento não era uma questão

de oportunidades; todos tinham acesso ao sistema.

Política era uma atividade saudável e prazerosa;

esta classe de trabalhadores não tinha remuneração.

A fome não assolava nenhum dos continentes.

A língua oficial era o amor pleno e universal; não

havia desentendimentos.

A prática de crimes era coisa do passado; as pessoas

respeitavam-se sob todos os aspectos.

Todos tinham que ser felizes; a tristeza era um ato

passível de punição!

Acordei às quatro horas da manhã, assustado e

transpirando muito; no meu sonho eu morria de tédio.

Que loucura!

Aqui não é o lugar para viver deste jeito!

Junho de 2010.

Paulinho de Cristo
Enviado por Paulinho de Cristo em 09/06/2010
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T2308826
Classificação de conteúdo: seguro