será que você irá ao menos ler ,

essas palavras que insisto em chamá-las de carta?

Queria saber ao menos essa resposta!

Ao menos uma resposta concreta, viva, sem restrições ou mentiras.

Como podes ter surgido do nada, de um simples olhar sem notar presenças, sem notar o futuro desentendimento de dois corações que buscam o mesmo destino, a mesma direção?

Direção que hoje está tão incerta e confusa, como se fosse oposta à esses corações, que almejam ao menos em pensamentos pertencer um ao outro.

Outro, outros, como pode a vida caminhar e nos levar a caminhos ermos que nunca dantes caminhei ?

Caminhei sempre em caminhos tranquilos, cheios de flores, mas hoje ao ter indecisão em minha vida, os espinhos surgem, machucam meus pés... Ferem a alma, corrói o coração...

É triste, olhar em minha volta.

Ver-te, e não poder sentir. Querer, e não tê-lo junto à mim.

Você diz sentir o mesmo. Será que devo acreditar?

Estranho, estranho é querer e não poder...

E ter de aceitar que os sonhos são assim, simples e nem sempre concretos. Vivos e perdidos.

Nossos caminhos são opostos,

seria possível querer algo impossível?

Eu quero, e você também diz querer. Mas é arriscado, arriscado...

Por que você me deixa assim? Sem saber quem sou, sem ser dona de mim?

Sempre fui tão determinada, mas agora não mais.

Meu ego foi deixado para trás por um amor estranho que não sei se viverei.

Amor que nem sei se é verdadeiro, nem sei se na verdade existe.

Eu sei sim, ele existe... Mesmo que não esteja no plano real, esse amor existe em minha memória, na minha idealização, e na minha memória; esse amor sempre viverá, mesmo que ele nunca exista na realidade.

Você está em mim, e sei que de alguma forma eu estou em você.

De uma forma decomposta, incerta, não vivida.

Estou em ti, você em mim.

Nas sintaxes da vida, na decomposição da idade, somos nós um só, mesmo que a semântica não aceite essa definição.

Será que ao menos lerás essas palavras singelas que atribuí o nome de carta?

Será que ao ler, saberá o quanto te quero bem?

Será que minhas palavras entrarão no seu coração?

Indecisão, indecisão.

Ao menos leia, pois por mais que não tenha conseguido articular minhas palavras ao meu pensamento, eu TE AMO. É e talvez, é somente isso que queiras ouvir de mim, apenas um eu te amo, para que possas deveras saber o que meu coração sofre ao te ver em braços alheios, provando uma boca que não é a minha.

Acariciando um corpo que não é o meu.

Sim, chega de enrolações, e meio termos, eu amo; sim.

Amo você, quem chegou para tirar minha paz, tirar meu sossego.

Arrancar de dentro do meu peito; o temor.

Tiraste meu sono, minha tranquilidade, minha fidelidade.

Aos poucos estou me perdendo, por ter te achado.

Me decomponho por ter apenas te amado,

e sem deixar de te amar, sigo como uma nobre escrava, a serviço

do amor, inculto, indigno, imortal.

Adrielly Martins
Enviado por Adrielly Martins em 03/04/2010
Código do texto: T2175023