O TEXTO TEATRAL E O NARRATIVO

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Estudos Literários

 

Com exceção de certas representações como a pantomima (representação de uma história exclusivamente através de gestos, expressões faciais e movimentos), ou das improvisadas como a Commedia Dell’arte; o teatro não é uma arte totalmente autônoma. Precisa, como base, de textos literalmente elaborados. O texto foi, tradicionalmente, o alicerce básico da arte dramática na maioria das culturas, embora isso se tenha verificado de forma mais acentuada no Ocidente. Estes textos literários formam, em seu conjunto, a Literatura Dramática. As artes cênicas e a literatura dramática, que evoluíram paralelamente, constituem uma unidade indissolúvel, que se materializa na atuação, na representação, no palco.

Apesar da semelhança entre um texto teatral e um texto narrativo (conto, novela, romance), diferenças de fácil distinção, a saber:

No texto narrativo, o narrador é o veículo dos acontecimentos, pois, é aquele que transmite a história. O texto teatral, entretanto, dispensa o narrador. No teatro a história não nos é contada, mas, sim, mostrada pelas personagens vividas pelos atores, como se fosse de fato a própria realidade. Essa é a vantagem do teatro: transforma a narração em ação; nada existe sem a ação e a não ser por meio delas.

Por outro lado, em virtude da falta de narrador, o diálogo constitui-se o elemento determinante da ação dramática. Destituídas do narrador, é a forma natural das personagens desenvolverem a ação.

As rubricas (didascálias) são indicadoras de um texto teatral; orientam os atores sobre o modo de proceder no palco. São frases ou palavras indicando o ambiente, a época, os costumes, os gestos, os objetos e entonações de voz dos atores; grafadas entre parênteses, com letras minúsculas e, geralmente em itálico. Antes, porém, em letras maiúsculas, vem o nome das personagens. Há as rubricas de interpretação e as de movimento: PAULO: (desviando a conversa) - Está frio... (= de interpretação). CARLOS: (batendo na porta) - Marcos!MARIA (segurando a mão de Tião)Por que Tião? (= de movimento).

O texto teatral nos informa somente o essencial a respeito do espaço. Ao lê-lo podemos imaginar qualquer espaço. No palco não há a necessidade de se colocar uma multidão em cena para indicar que a personagem está em meio a ela. Som previamente gravado pode substituir a vozes da multidão; assim como, substituir ruídos de trens, carros, aviões, etc.

O texto narrativo é dividido em capítulos, enquanto o teatral é dividido em atos, que podem ser subdivididos em cenas quando a peça é muito longa.

No teatro o autor é relegado aos bastidores, onde permanece invisível e em silêncio. Ele desaparece atrás do mundo que criou.

Enquanto os textos narrativos e teatrais ficam documentados em livros, os cenários e figurinos em fotografias e desenhos, a peça teatral é efêmera, só se realiza integralmente enquanto dura o espetáculo.®Sérgio.

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Este texto foi elaborado com a ajuda de: Brook, Peter.  O teatro e seu espaço. Petrópolis: Vozes, 1970. / Magaldi, Sábato.  Iniciação ao teatro. São Paulo: Ática, 1986. 

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquercomentário.

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