CARTAS AO LEO
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Lagoa da Cruz, 10 de julho de 2008
Concordo em falar franco. A situação que me afronta e que tem me afastado das letras é a mesma que Paulo Francis relatou em uma entrevista (lhe transcrevo abaixo), do qual faço minhas as palavras dele:
“Não existe nada que eu queira da vida. Atingi um nível de entendimento das coisas que considero satisfatório. Quer dizer, sei que sou ignorante, mas que tenho a base para deixar de ser naquilo que me interessar. O problema é que menos e menos me interesso por tudo. Considero programa ficar num sofá, sem fazer nada, nem lendo. A cabeça corre sozinha, forma conceitos, imagens, contradições, impressões, etc. Nada fica ou me estimula ao esforço de completar o sugerido ou iniciado. Será menopausa intelectual dos 60 anos (anos meus), ou uma forma (ainda) branda de esquizofrenia?”
Ou talvez, meu caso, seja resultado do que o estudo realizado pela Universidade da Virgínia, que li recentemente em uma revista científica, descobriu. Resumindo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que, quando uma pessoa completa 30 anos, o cérebro já apresenta uma sensível queda de desempenho, ou seja:
Queda de 17% na memória;
27,3 % na velocidade mental;
37,5% no raciocínio lógico;
50% na inteligência espacial.
Isso tudo aos trinta anos; imagine você, eu com meus 60 anos. Já devo estar sem cérebro. Estamos perdidos, Leo! E quem não está, salve-se... se puder!
Por aqui faz ponto seu velho amigo, sem ou quase sem cérebro, Ricardo Sérgio.
P.S.: Estou à espera dos textos prometidos.
Outras Cartas (clique no link):
Em Que Consiste a Verdadeira Sapiência.
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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquercomentário.
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