MOSCO e BÍON
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Poetas Gregos
Mosco de Siracusa
Mosco, poeta grego do século II a.C., era filólogo, segundo a tradição grega, bibliotecário da Biblioteca de Alexandria e discípulo de Aristarco de Samotrácia. De sua obra temos:
● Bucólica (três fragmentos pastorais).
● O Rapto de Europa, Poemas Épicos em 116 versos homéricos.
● Eros Fugitivo, em 29 versos – descreve Eros em estilo gracioso e elegante, mas de significação superficial.
● Mégara, fragmento em 13 versos. O Canto Fúnebre em homenagem a Bíon, poeta esmiriano, que foi grande amigo seu.
Mosco está muitíssimo distante o seu admirável modelo: o inspirado e suave poeta Teócrito.
Bíon de Esmirna
Também poeta grego do século II a.C. Tudo o que se sabe de sua vida é que nasceu em Esmirna, e viveu em Siracusa, onde morreu envenenado. Quem nos relata é seu amigo Mosco, em um canto fúnebre em seu louvor.
Dele, restam-nos curtos fragmentos com diálogos entre pastores:
● A Morte de Adônis, o canto fúnebre em honra de Adônis, que a maioria dos estudiosos considera imitação da parte final de um dos mimos de Teócrito;
● As Mulheres na Festa de Adônis, um canto dolorido, muito frio, e no qual Afrodite, que para os gregos teve significações mais elevadas, não revela senão um amor físico.
● O Epitalâmio de Aquiles e de Deidâmia, em que Aquiles aparece disfarçado em mulher com as filhas de Licomedes, é de um sentido tão grosseiro, que teria sido criticado por Aristófanes e Platão.
Os outros quinze idílios ou fragmentos de Bion não apresentam nenhum interesse.
A Morte de Adônis (tradução Bocage)
Choro Adônis, é morto o belo Adônis,
É morto Adônis, choram os amores.
Não mais, envolta nas purpúreas vestes,
Não mais durmas, ó Venus! Eia, acorda,
[...]
Oh dor! Quando ela viu ser insanável
Do seu mimoso Adônis a ferida,
E o sangue em borbotões correr do golpe,
Abrindo os braços e arquejando — “Espera,
Espera, triste Adônis”, (exclamava)
“Dá-me que goze este prazer extremo,
Deixa-me que te console em terno abraço,
Que inda meus lábios os teus lábios toquem.
Abre os olhos, Adônis, abre um pouco,
Dá-me um beijo, um só beijo enquanto a morte
Não te extingue o calor nos moles lábios.
Tua alma acolherei em minha boca,
E dela descerá para o meu peito;
Doce amor beberei no beijo doce,
E o doce beijo guardarei saudosa
[...] ®Sérgio
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Ajudaram na composição deste texto: Antologia da Poesia Universal, seleção de Ari de Mesquita, Tecnoprint S.A., 1988. / http://greciantiga.org/
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