Apenas se perguntarem por mim

Se perguntarem por mim

Diga por acaso,

Que Estou por entre

O escuro e o tempo

Que a luz acender.

Entre a madrugada

E o nascer do sol.

Diga que estou no silêncio

que apaga a música

Mas que o que me encanta

É o barulho de todos os mares.

Que quando tocam

em minha pele,

Eu continuo queimando,

Feito fogo,

Desde o primeiro instante.

Diga que estou no penar

Que que finge sorrir;

No que detém

o último suspiro

antes de partir.

Diga que sou a liberdade

Do encarcerado

E que nem as minhas

Proprias leis nao me serviram.

Diga que amar é bom.

Mas que é sacrifício.

Diga que sou

feito a beleza

Para o renegado.

Diga que sou

como a tinta da caneta,

Que chora versos de solidão.

E que em meu papel

Me encaixo na ludibre dor,

Do artista principal,

Do poeta, feito um afogado.

Se perguntarem por mim,

Diga que andaria

De cabeça erguida,

Ao lado de uma puta

Se ela fosse de verdade.

Diga enfim

Que o que há em mim,

É amor e solidão.

E que escoam,

Por minhas mãos vazias.

Que amo a noite,

bebida e poesia .

Diga que sou chão

Em uma praia de giz.

Diga que trago flores

E que os meus mortos,

Até hj vivem..

Diga que em minhas lutas

Sigo, mutilando

os meus próprios sonhos,

Sempe que preciso.

E que o meu vício

Feito a todos ,

É o que me destrói.

Que corro

entre estes prédios

Pra atravessar no sinal.

Que trago dores no peito

E nas mãos.

Diga que sou filho Do tempo

Que nada espero

Deste escuro

Nem do próprio tempo,

Nem.do amor

Nem da solidão.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 18/11/2020
Código do texto: T7114853
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