Heroi solitário

A beleza daquele sorriso trazia sentimentos melhores do que um rei nos braços do povo. Tão bela era a Itália, sem o seu sorriso não seria a mesma e não seria o pouco tempo que eu lhe conhecia que poderia mudar algo.

Pelos lugares e por aquele resto de vida que me sobrava em seus olhos, a felicidade se multiplicava e ela tinha seus superpoderes, pelos seus cabelos negros e o olhar firme, a presença nobre de alguém tão simples, e tão diferente ao mesmo tempo, que a nossa música vinha em forma de batida constante de vida e de carinho e isto era tudo que tínhamos naquele momento em nossas mãos.

Eu corria pelos meus desertos rebuscando o sopro de vida que me consumia. Apesar do tempo, e de ver a vida passar tão rápido e esvaziar-se, por minhas próprias mãos.

Haviam desertos em brasa pra atravessar com uma alma estupida e destruída por danos e perdas que a vida, somente ela podia sucumbir.

Os homens, naquele planeta onde ele vivia eram solitários e frios. Os dias eram noite e os espíritos travavam batalhas que mortais comuns jamais sonhariam intervir.

Ele andava pelas cidades onde não mora ninguém. Em todos os seus dias negros assistia sua alma se jogar de precipícios tão falidos e tão precários feito as linhas de suas mãos e seu sorriso marcado pelo tempo.

Em meio a tudo, o olhar vagante de um passageiro sem destino, que não tem passado e que se arremessa num futuro com as mesmas peças de roupas feito um vampiro que atravessas paredes feitas giz e de silêncio.

Seu cigarro é a batida forte da vodka, seu sinal é o o escuro onde seus melhores versos ganham vida.

Ele atravessa sonhos e pesadelos mortos para buscar tudo que perdeu, vai e volta, em mundos que não lhe dão sinais e nem opções. A própria alma que escreve, rasga os seus versos, num grito estampados de solidão e mágoa. Por toda a madrugada anda só.

A vida que se retalha é a mesma que fura as ondas do Forte. O sol que queima a pele não é mais cruel do que a lua que ressuscita velhos amigos mortos e que alimenta a alma de um poeta que anda de preto por cima dos edifícios, enquanto cai a madrugada, por toda as belezas dos homens que buscam amar e ainda sofrem de amor.

As canções se repetem meu Deus !!! Aonde o prazer do homem lhe é bom, de todos os homens, é onde o homem vive e se repete, ama se inspira e devolve o prazer ao que se entrega!!!

Seria o quê esta máquina que pensa Senhor,e ao mesmo que é tao inútil e aniquilado por suas pobres e mesquinhas razões, e tao vazio de fé e tao cheio de vida pra não saber nem o próximo passo que vai dar?

O vampiro segue por suas cidades vazias, ele busca os anos mas percebe ser roubado ate por suas próprias forças; não busca mais as razões, não busca estar certo, não busca vida ou morte.

Não busca o que lhe roubaram, até porque sonhos são artes muito pessoais, não busca bens e nem riquezas, porque não é isso prosperidade.

Ele busca silencio no meio de multidões de almas barulhentas

e sem destinos traçados. Ele anda de preto e de cinza, pra ver se vida cinzenta o isenta de suas culpas, como um réu extirpado de suas piores condutas, como um anjo que trai a própria labuta;

Ele sonha e se castiga feito um judas, feito o que três vezes nega, assim ele conduz inimigos e algozes.

E desses sonhos onde chega com bem pouco e volta rico de ideias e dessas madrugadas infintas,segue vida a fora.

Perseguidor do sopro do conhecimento que os dias e as noites maquiavélicas trazem em suas repartições.

Ferido se arrasta

Abatido se cura

Se ergue, apenas nas mão e olhos daqueles que lhe cuidam,

quando cai ou tropeça, levanta pra seguir mais forte que tudo.

Ele é herói, de si mesmo.

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 09/03/2020
Reeditado em 28/06/2020
Código do texto: T6884122
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