O último beat
IX
Sai do Bar do Dirceuzinho, se eu fosse como tu, tirava a a mão do bolso. Calçada de paralelepípedos irregulares, assim como é a nossa vida. Se tentamos dafer um balança. Vemos quanta coisa fudeu. Durante a caminhada de volta aminha gurita (foi onde meu pai trabalhou) pensei em muita coisa, mas muita coisa se perde. O imporantante é pensar e ter algum único ideal. Pensei...o futuro vai ser diferente para mim. Vou estar numa praia, sem precisar carregar este fardo chamado Marinha (uma das bruxas, leia o Natal do Caranguejo - https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/1644726).
Tinha conversado com uma de outras bruxas que acabou se transformando em fada madrinha. Como a vida muda. Bruxa vira fada. Fada vira bruxa: Ela me falou quanto tempo eu tinha perdido. Tempo.
O tempo passa pelas barracas da feirinha de Uru cuia
Transformando a terra em bijus, alfaces e cachaça
Da mesma forma nos transforma mais velhos
E deveríamos ser mais sábios
Mas sabia que o assobio é a fonte mais cara ao sabiá
As águas passam e transformam as barrancas do Urucuia
Transformando a água em tilápias, mandis e barbados
Da mesma forma o rio claro se transforma em vermelho
E deve ser abençoado
Porque o rato roeu a roupa do rei de Roma
O tempo continua parado
Mas o rio continua correndo
Vai Urucuia se encontrar com o Velho Chico
Meu coração continua parado
Chateado, olhando firmemente o meu povo
Este povo que não tem coragem de dizer que o rei está nu
E prefere provérbios de sábias e de ratos roedores.