Meu encontro com a leitura

Em 1982, retornei a Caxias com a proposta de ir morar com uma senhora rica, Dona Zezé, em Teresina- PI, não consegui passar nem um mês, chorava dia e noite. Até que Dona Zezé resolveu me trazer para Caxias, quando aqui cheguei, pedi a minha tia Sônia que falasse com minha avó Raimunda de Jesus, para que eu ficasse e pudesse estudar. Minha avó ficou brava, mas terminou aceitando. Então prometi para mim mesma que iria estudar e não daria trabalho nenhum para minha avó. E realmente foi assim.

Comecei a estudar a partir da 3ª série na U.E. Vespasiano Ramos, lá cursei também a 4ª série, com muitas dificuldades, pois naquela época nem carteira não tinha. Todos os dias eu levava meu tamborete, um banquinho de pau com o assento de couro. Na 3ª série ainda havia aquelas carteiras enormes em que sentávamos em dupla, já na 4ª série não havia mais carteiras suficientes.

Nessa época tive duas professoras que pouco marcaram minha relação com a leitura, porque a leitura era feita na mesa como a lição que devia ser dada pelo aluno e aprovada pela professora.

Em 1984, ingressei no ginásio (5ª a 8ª série), como era chamado na época, hoje ensino fundamental (6º ao 9º ano), a escola foi a U.E. César Marques, atualmente, é uma escola de Ensino médio.

Peço desculpas à minha professora de Português da 5ª e 6ª série, pois não recordo quem foi, por isso não lembro também como era sua didática referente ao ato de ler.

No entanto, lembro perfeitamente como eram as aulas da professora Rosa Teixeira, era de uma maneira otimista e segura que eu já pensava naquela época ser professora de Português. Só ganhava notas boas e comportada então! Por conta disso, eu fui salva por ela de não repetir o ano, pois houve um erro na hora de passar as notas de Inglês e eu fiquei reprovada, porém Rosa Teixeira perguntou-me porque estava ali como repetente, expliquei-lhe tudo, fomos até à secretaria e foi resolvido o caso. Os outros professores simplesmente se admiravam por me ver na sala repetindo a série, mas nada faziam, Rosa Teixeira não se conformou e buscou a verdade e a solução. Com ela só não aprendia quem não queria mesmo, o que naquela época era uma minoria, o contrário dos dias atuais.

Em 1988, ingressei no 2º grau, atual Ensino médio no Aluísio Azevedo, escola na qual trabalhei como professora até 2017. Nesse período tive excelentes professores, no entanto quem me despertou o gosto de ler histórias não foi a professora de Português, mas a professora Leonísia Monteiro, professora de História, esta ministrava suas aulas como se conta histórias literárias. Percebi nela o gosto que todo mundo deveria ter pelos livros.

Na Universidade Estadual do Maranhão, Centro de Estudos Superiores de Caxias, cursei Letras- Português/Literatura. Na época tive o privilégio de ser aluna da Professora Joseane Maia, a disciplina foi Evolução da Literatura. Sem dúvida foi uma das disciplinas mais estimulantes e dinâmicas durante todo o curso. Além de Joseane Maia, o professor José Ribamar Carneiro com a disciplina Literatura Infantil, incentivou-nos a escrever contos e a publicar o livro Infância em Contos do qual sou coautora.

Na vida profissional, como professora de Língua Portuguesa, busco incentivar o gosto pela leitura literária, como? Lendo em sala de aula para os alunos, levando os alunos à biblioteca, mostrando o acervo disponível, falando de livros que já li, exibindo filmes literários baseados em romances.

Marinalva Almada
Enviado por Marinalva Almada em 30/01/2017
Reeditado em 05/02/2024
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