Franco Montoro
ANDRÉ FRANCO MONTORO
(83 anos)
Político
* SP (14/07/1916)
+ SP (16/07/1999) - CANCER
Foi um político brasileiro e 15° governador de São Paulo entre 15 de março de 1983 e 15 de março de 1987.
Filho do tipógrafo André de Blois Montoro e de Tomásia Alijostes, possuíaascendência italiana e espanhola. Fez o primário na Escola Modelo Caetano de Campos e concluiu o secundário no Colégio São Bento. Em 1934 ingressou naFaculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde formou-se em 1938. No mesmo período cursou Filosofia e Pedagogia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento, posteriormente nomeada de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, obtendo licenciatura também em 1938. Professor universitário da PUC-SP nos dois anos seguintes a sua formatura foi ainda secretário-geral do Serviço Social da Secretaria de Justiça do estado de São Paulo e procurador do estado entre 1940 e 1950.
Durante a juventude colaborou em alguns periódicos, como "O Debate" (do qual foi diretor), "O Legionário", "Folha da Manhã", "A Noite" e "Diário de São Paulo".
Carreira Política
Sua longa carreira política iniciou quando foi eleito vereador em São Paulo pelo PDC, ao lado de Jânio Quadros, em 1947. Eleito deputado estadual em 1950 e deputado federal em 1958, 1962 e 1966.
Foi ministro do Trabalho e Previdência Social no gabinete parlamentarista de Tancredo Neves, de 8 de setembro de 1961 a 12 de julho de 1962.
Ingressou no MDB após a queda de João Goulart e a instauração do Regime Militar de 1964. Eleito senador em 1970 e 1978, filiou-se ao PMDB e foi eleito governador de São Paulo em 1982 na primeira eleição direta para o cargo após vinte anos. Sua investida no Palácio dos Bandeirantes permitiu a efetivação do sociólogo Fernando Henrique Cardoso em sua vaga na Câmara Alta do país.
Eleito em 15 de novembro de 1982 e empossado em 15 de março de 1983 venceu quatro concorrentes: o ex-prefeito paulistano Reinaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT).
Durante o mandato foi um dos artífices da campanha das Diretas Já e a seguir da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Sua primazia sobre os peemedebistas de São Paulo refluiu a partir de 1985 quando Jânio Quadros derrotou Fernando Henrique na disputa pela prefeitura da capital. Após a vitória de Orestes Quércia na eleição para governador em 1986, Montoro foi um dos artífices da criação do PSDB em 1988. Presidente nacional do PSDB, foi derrotado na eleição para senador em 1990 mas recompôs sua liderança política ao ser eleito deputado federal em 1994 e 1998.
O Governo Montoro
Como governador, Montoro descentralizou a administração do estado em 42 regiões de governo. Na área da educação, municipalizou a merenda e as construções escolares, além de implantar o ciclo básico no extinto primeiro grau.
Construiu quatro mil quilômetros de estradas vicinais, ampliou as redes de água e esgoto e a quantidade de municípios atendidos pela Sabesp, expandiu a linha Leste-Oeste do Metrô (a atual Linha 3 - Vermelha) e reequipou as Polícias Civil e Militar, criando a Operação Polo e o Tático Móvel, como iniciativas para reduzir a criminalidade.
Seu governo herdou muitas dívidas da gestão de Paulo Maluf e José Maria Marin, o que não deu a Montoro a fama de tocador e inaugurador de grandes obras.
Montoro também enfrentou greves de professores e servidores públicos.
Curiosamente, alguns membros do secretariado de Montoro tornariam-se governadores de São Paulo anos mais tarde: José Serra, Secretário de Planejamento de Montoro, foi Governador do Estado entre 2007 e 2010; Orestes Quércia foi vice-governador durante a gestão de Montoro, e acabou por sucedê-lo, governando no período de 1987 a 1991; Mário Covas foi prefeito de São Paulo nomeado por Montoro em 1983 e foi Governador do Estado por duas vezes, de 1995 a 1999 e de 1999 até a sua morte em 2001.
Por esses motivos, parte da oposição acusa que o Estado de São Paulo está ocupado desde 1983 pelos mesmas poucas pessoas e grupos políticos, sendo esse processo iniciado por Montoro. Portanto dois governos, Luiz Antônio Fleury Filho e Geraldo Alckmin, constituem exceção a esta regra.
A Luta Pela Redemocratização
Montoro foi uma das principais lideranças na luta pela redemocratização do país e da campanha pelas eleições diretas para presidente da República. Ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, esteve em todos os discursos e comícios pró-diretas, em 1984.
Em 1988, descontente com os rumos do PMDB, foi um dos fundadores e presidente do PSDB em 1988. Candidatou-se ao Senado em 1990, perdendo para Eduardo Suplicy. Voltou a atuar como deputado federal entre 1995 e 1999, ano em que faleceu.
Família de Políticos
Dois de seus filhos seguem a carreira política do pai, Ricardo Montoro elegeu-se duas vezes vereador pela cidade de São Paulo e André Franco Montoro Filho foi secretário de estado no governo Covas e tentou uma cadeira na Câmara Federal em 2006 pelo PSDB. Teve 58.010 votos (equivalente a 0,28% dos votos válidos) e não se elegeu.
Homenagens
Atualmente seu nome figura homenageado no Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos. É, também, patrono do Centro Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Franca. Também é homenageado em Mogi Guaçu com seu nome em uma faculdade municipal, "Faculdade Municipal Professor Franco Montoro".