Biografia do PREFEITO FRANCISCO MOURA

Período de Grande Crescimento Econômico

Francisco Moura foi Prefeito de Breves de 1943 a 1946, sucedendo o primeiro mandato de Américo Natalino Carneiro Brasil.

O período de gestão do Prefeito Francisco Moura é considerado uma fase de enorme crescimento econômico, pois Breves e todo Marajó estava passando por grandes transformações.

Francisco Moura assumiu a Prefeitura durante o auge da Segunda Guerra Mundial, que foi um período turbulento com prejuízos e perda de milhões de vidas em diversos países e, ao mesmo tempo, de oportunidades e progresso para alguns setores da economia brasileira.

O Prefeito Francisco Moura teve o privilégio de presenciar significativos eventos sociais e econômicos em Breves.

No ano de 1943, foi inaugurado o Grupo Escolar Dr. Lauro Sodré de Breves, que se tornou a primeira escola pública da região. Naquela época, essa escola funcionava no prédio da 8ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

A inauguração do Hospital Municipal foi um marco na administração do Prefeito Francisco Moura. As obras de construção iniciaram em 1942, durante a gestão de Américo Brasil, mas só ficaram prontas em 1945. O Hospital Municipal de Breves foi construído em parceria do governo brasileiro com os Estados Unidos da América (EUA). O Serviço Especial de Saúde Pública (Fundação SESP), um órgão federal, era responsável pela administração do Hospital Municipal de Breves. O governo Norte Americano cedeu as primeiras enfermeiras para atender a população local, que sofria bastante por causa de surtos de malária. Nesse período, as técnicas esterilização e conservação dos corpos “post mortem” não eram tão evoluídas, e os falecidos por doenças graves e contagiosas precisavam ser enterrados bem rápido. Por isso o Cemitério Santa Luzia ficava perto do Hospital Municipal, no local da sede do Municipal Atlético Clube (MAC). Algumas décadas depois o Cemitério Santa Luiz foi desativado e os enterros passaram a ser realizados apenas no Cemitério Santa Rita no bairro Castanheira.

Foi também em 1945 que aconteceu a inauguração da BISA (Breves Industrial Sociedade Anônima), que era a maior empresa da cidade. Praticamente todas as famílias tinham um de seus membros trabalhando na BISA. Aloisio Tavares, Márcio Furtado, Renato Furtado, Brito Rendeiro, entre tantos outros, tiveram o privilégio de trabalhar nessa importante indústria madeireira.

Durante o mandato do Prefeito Francisco Moura os acontecimentos bons eram frequentes na cidade, mas o progresso também era constante no interior do município.

A Empresa Santa Mônica do Corcovado também gerava riqueza e prosperidade para Breves. Lá existia uma fábrica beneficiadora de borracha, cuja produção atingiu o apogeu durante o período da 2º Guerra Mundial. Ao redor da fábrica cresceu a Vila de Corcovado, que possuía capela, escola, posto de saúde e comércios. Especialmente nas décadas de 40, 50 e 60 a economia local teve grande movimentação, pois o látex da borracha era recolhido por milhares de trabalhadores rurais que viviam nas ilhas de Breves e de municípios vizinhos e sua produção tinha comercialização garantida. No início da década de 1970, o ciclo econômico da borracha se esgotou, e a Vila do Corcovado perdeu sua importância quando seus donos estrangeiros deixaram o local. Atualmente a Vila do Corcovado está abandonada, restando apenas humildes casebres dos descendentes dos operários que lá trabalharam. Várias propostas têm sido feitas com objetivo de resgatar esse patrimônio histórico/cultural e tornar a Vila do Corcovado uma referência no turismo.

No rio Mapuá, a produção de látex gerava grandes riquezas. Lá, a família de Constantino Félix (pai do futuro prefeito Sebastião Hortas Félix), comandava a produção dos seringais nativos. Até hoje existe na Comunidade Santa Rita do Mapuá, o famoso Casarão do Cumaru - construção grande (de dois andares) em madeira acapu, datada de 1945. O Sr. Antônio Joaquim do Nascimento e seu filho, Raimundo Antônio do Nascimento, foram os responsáveis por essa exuberante edificação no rio Mapuá. Esse “Casarão do Cumaru” é uma construção remanescente do período áureo da borracha em função da demanda do produto pelos aliados durante a 2ª Guerra Mundial. O município de Breves foi considerado nessa época como o “Polo Gumífero do Marajó”, e um dos maiores centros produtores de borracha na Amazônia brasileira. Com a finalização do comércio da borracha, a produção madeireira e a extração do palmito do açaí se tornaram as principais atividades econômicas nas décadas de 1980 e 1990. Com a criação da Reserva Extrativista Mapuá (RESEX Mapuá), em 2005, a exploração dos recursos florestais por empresas madeireiras cessou.

Além da produção de borracha, diversas comunidades ribeirinhas lucravam com a produção de lenha e carvão. Nessa época, um grande número de famílias se envolvia na extração e comércio de lenha para abastecer os navios a vapor e as caldeiras das serrarias e fábricas locais. Com o surgimento dos motores a diesel e com a chegada da energia elétrica, a extração de lenha e a produção de carvão vegetal perderam força.

Os governos dos Prefeitos Américo Brasil (1939-42) e Francisco Moura (1943-46) foram considerados excelentes, especialmente pelo crescimento econômico e pela inauguração de obras importantes para Breves.

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Ilha de Marajó - PA, Junho de 2014.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 24/06/2014
Reeditado em 10/07/2014
Código do texto: T4856971
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